Crise UE-Sérvia
6 de fevereiro de 2008"Barreiras políticas" foi o motivo alegado por Olli Rehn, comissário da Ampliação da União Européia (UE), ao anunciar, nesta quarta-feira (06/02), o adiamento da assinatura do acordo de transição com a Sérvia, marcado para amanhã.
"Lamento muito que temos de adiar a assinatura", mas o acordo provisório sobre facilitação comercial e de viagens não está descartado, disse Rehn. Dois dias após a eleição presidencial vencida pelo candidato pró-UE, Boris Tadic, o primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, rejeitou categoricamente o acordo com o bloco.
Missão civil vai ajudar Kosovo
Kostunica considera o documento uma forma de coação da União Européia para que a Sérvia reconheça a independência do Kosovo. A separação da província é esperada para este mês.
A maioria dos países da União Européia apóia a independência da província que pertence à Sérvia, mas cuja maioria dos habitantes é de origem albanesa. Na segunda-feira, Bruxelas tomou as últimas medidas legais para o envio de 1.800 policiais e juristas ao Kosovo, para ajudar no processo de autonomia da região.
Crise no governo em Belgrado
As divergências sobre as relações com a UE provocaram uma grave crise no governo sérvio. Com a reeleição de Tadic, seu Partido Democrático (DS) viu-se fortalecido na coalizão de governo com o Partido Democrático da Sérvia (DSS), de Kostunica.
O problema é que, se o acordo depender da aprovação do Parlamento, o DSS poderia derrubá-lo com a ajuda do partido ultranacionalista de Tomislav Nikolic, que foi o desafiante do presidente Tadic.
"Esta é uma situação extraordinariamente séria, o governo está paralisado", advertiu o ministro das Relações Exteriores, Vuk Jeremic, nesta quarta-feira.
Acordo de parceria bloqueado por dois países
A assinatura de outro documento, o importante acordo de associação entre a Sérvia e a União Européia e que seria o primeiro passo para o início oficial das negociações de ingresso do país no bloco, está sendo bloqueada pela Holanda e pela Bélgica, que impõem como condição a completa cooperação da Sérvia com o tribunal de crimes de guerra para a ex-Iugoslávia.
Rehn pretende pautar a assinatura do acordo de parceria na próxima reunião de ministros das Relações Exteriores da UE, prevista para 18 de fevereiro. (rw)