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União para o Mediterrâneo aproxima Europa do Oriente Médio

DW / Agências (sm)13 de julho de 2008

Fundada em Paris a União para o Mediterrâneo, bloco transcontinental concebido para assegurar à Europa maior influência política na região estratégica do Mediterrâneo e fomentar a cooperação econômica com os vizinhos.

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Angela Merkel e Nicolas Sarkozy na cúpula de fundação da União para o MediterrâneoFoto: AP

A fundação da União para o Mediterrâneo – oficializada em Paris, neste domingo (13/07), na presença de mais 40 chefes de Estado e de governo – foi acompanhada de indícios positivos para o processo de paz no Oriente Médio. Sob mediação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, mentor do bloco transcontinental, a Síria e o Líbano ataram relações diplomáticas 60 anos após sua independência. Israel também anunciou o início de um diálogo direto com a Síria.

Isso representa um grande passo na direção da principal meta política que Sarkozy pretende atingir com a União para o Mediterrâneo: equiparar a União Européia aos Estados Unidos na mediação do processo de paz do Oriente Médio. O chefe de Estado francês é da opinião de que a UE prestou até agora uma grande ajuda financeira à região em conflito, desempenhando – no entanto – um papel político menor em comparação com o dos EUA.

O conflito do Oriente Médio foi o maior impedimento para a cooperação entre a União Européia e os países fronteiriços ao Mar Mediterrâneo formalizada no Processo de Barcelona. "Vamos estabelecer a paz no Oriente Médio, assim como a restabelecemos na Europa no passado", declarou Sarkozy por ocasião da fundação da União, em Paris.

(Informe-se sobre o que é a União para o Mediterrâneo, em detalhes, no link abaixo.)

Contribuição de Merkel

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, considera a União para o Mediterrâneo um passo importante no sentido de solucionar o problema do fluxo migratório ilegal provindo da África e impulsionar o processo de paz no Oriente Médio.

Lembrando da grande importância estratégica da África do Norte e do Oriente Médio, Merkel saudou a chance de estabelecer um diálogo de igual para igual com os países adjacentes ao Mediterrâneo, a fim de buscar soluções conjuntas para os problemas regionais.

Merkel considera fundamental a União Européia apoiar o desenvolvimento econômico dos países mediterrâneos e contribuir para aprimorar a infra-estrutura e educação.

Inicialmente, Angela Merkel havia criticado com rigor a idéia originária de Sarkozy de restringir a união aos países com acesso ao Mar Mediterrâneo, o que implicaria uma exclusão de grande parte da União Européia. Merkel repudiou terminantemente a criação de estruturas paralelas à UE. Em março passado, ambos os governantes chegaram ao consenso de compor uma união com os 27 países-membros da União Européia e 17 países mediterrâneos do Oriente Médio, da África do Norte e dos Bálcãs.

Ressalvas dos céticos

No documento de fundação da União para o Mediterrâneo, os chefes de Estado e de governo se comprometem a valores como democracia, pluralismo político, direitos humanos e liberdades fundamentais.

A parceria transcontinental entre os países mediterrâneos – existente oficialmente desde 1995, a partir do chamado Processo de Barcelona – ficou estagnada sobretudo por causa das divergências políticas entre os países não pertencentes à União Européia. Além da relação conflituosa entre a Argélia e Marrocos, a maioria dos países árabes não mantém relações diplomáticas com Israel.

Os opositores da União para o Mediterrâneo consideram a região – da Turquia até Marrocos, passando por Israel – diversificada demais para a formação de um bloco. Uns lamentam que a nova estrutura não implique um aumento dos investimentos em metas mediterrâneas conjuntas.

Outros prevêem uma duplicação das estruturas burocráticas por meio do vínculo a instituições já existentes. De qualquer forma, a criação do bloco promete agilizar diversos projetos concretos para o espaço mediterrâneo.