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Uma nova «Neue Deutsche Welle»?

Nadim Abdul-Karim/(rr)7 de dezembro de 2004

A Alemanha já é reconhecida como país musical: Nena, Rammstein, Die Toten Hosen e muitos outros são famosos em várias partes do mundo. E o interesse de bandas internacionais pela língua alemã cresce junto.

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Rammstein no palco em HollywoodFoto: dpa

Não é só o volume de músicas nacionais nas paradas de sucesso alemãs que está alto como raramente esteve. A chance de produções alemãs serem lançadas no exterior também atingiu um patamar recorde. Além do mais, estilos musicais como rap, hip hop, house e techno desenvolveram-se em parte em cidades alemãs. E, mesmo que muitos não apreciem sua música, Dieter Bohlen, ex-Modern Talking, é tido como um dos maiores produtores do mundo.

A música pop alemã faz sucesso não apenas em casa. O Rammstein, por exemplo, conquistou há tempos o mercado norte-americano. E quando os meninos do Die Toten Hosen se juntaram em 1982, para assombrarem as ruas de Dortmund, nem imaginavam que suas músicas influenciariam, mais de vinte anos depois, a cena punk alemã e internacional.

Die Düsseldorfer Punk-Band Die Toten Hosenpg
Die Toten Hosen, em foto de 1998Foto: dpa

"Fizemos pelo menos seis de nossos 20 melhores shows na Argentina", conta Campino, vocalista e líder do Die Toten Hosen. "O Die Toten Hosen conseguiu hipnotizar e conquistar aqueles que não os conheciam. Seus refrões tinham algo de glam rock e seu desempenho no palco deixou muitos de queixo caído", escreveu o jornal argentino La Nación. Após um concerto no Paraguai, o jornal local Última Hora publicou: "As bandas de abertura deram o melhor de si, mas suas apresentações foram pálidas diante do profissionalismo dos alemães".

Reggae teutônico

Tillmann Otto canta em patois, a língua crioula jamaicana. Ele mora em Colônia, mas seu reggae bem que poderia ser confundido com os originais jamaicanos. Nas paradas de sucesso, ele é conhecido apenas como Gentleman e junto à sua banda Far East Band impulsionou consideravelmente a cena de reggae e dancehall alemã.

A Jamaica é sua segunda pátria. Também lá suas músicas são tocadas nas rádios, e o Gentleman já teve a honra de se apresentar para uma multidão de 30 mil fãs na capital Kingston. Ele conseguiu estabelecer uma ponte entre duas culturas tão diferentes, de modo que as músicas e letras que compõe na Alemanha refletem valores jamaicanos como "righteousness" e "consciousness".

Interesse internacional cresce

Enquanto esquenta na Alemanha a polêmica sobre uma quota para músicas nacionais nas rádios do país, o interesse pela língua de Goethe aumenta entre artistas internacionais. "Uma pesquisa mostrou que o interesse pela música rock e pop em língua alemã cresceu em todos os continentes", conta Björn Akstinat, do Escritório de Exportação de Música alemão. Especialmente nos países do Leste Europeu. "Esse aumento do interesse de artistas internacionais pela música em língua alemã e o fato de muitos deles cantarem em alemão é um desenvolvimento estável de bases amplas e não uma tendência passageira", garante.

Campino von den Toten Hosen
Campino, vocalista do Die Toten Hosen, em 2002Foto: AP

Para usar as palavras de Campino, do Die Toten Hosen: "Esqueçam a crise econômica. O que importa aqui é o intercâmbio cultural".