Estudo: um em cada dez europeus apoia populistas de direita
26 de abril de 2019Cerca de 10% dos eleitores europeus pretendem apoiar partidos de extrema direita ou populistas de direita nas eleições para o Parlamento Europeu, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Fundação Bertelsmann nesta sexta-feira (26/04).
Entre os demais eleitores, a maioria usará suas cédulas de votação para tentar barrar partidos a que se opõem em vez de apoiar um determinado grupo. Segundo os pesquisadores, esse tipo de votação "do contra" poderá beneficiar os movimentos políticos extremistas e dificultar a formação de uma maioria no Parlamento Europeu.
O estudo da Fundação Bertelsmann indica que 10,3% dos eleitores europeus devem apoiar partidos populistas de direita ou de extrema direita – o mais alto percentual de um agrupamento político. Em contraste, 6,2% dos entrevistados disseram que se identificam com a extrema esquerda ou com populistas de esquerda, e outros 4,4%, com os verdes.
Uma grande parte dos eleitores se mostrou motivada por oposição a um grupo – apenas 6,3% dos entrevistados disseram ter uma identificação positiva com um partido, e 49% nomearam um partido para o qual jamais votariam. Pouco mais da metade (52%) afirmou que jamais votaria em partidos extremistas em nenhum dos lados do espectro político.
Assim, 50,7% dos questionados disseram que jamais votariam nos liberais, enquanto 47,8% não votariam de jeito nenhum nos conservadores, ou democrata-cristãos, e 42% rejeitam as legendas de centro-esquerda e os partidos socialistas.
A pedido da Fundação Bertelsmann, o instituto de pesquisa YouGov entrevistou 23.725 eleitores em 12 países da União Europeia (UE) – dois terços de todos os europeus e três quartos dos alemães questionados afirmaram que planejam participar da eleição europeia em 26 de maio.
Os pesquisadores disseram que os eleitores que acreditam que os principais partidos pró-UE não representam mais seus interesses tendem a acolher mensagens populistas.
"Os partidos populistas conseguiram criar uma base de eleitores estável e leal num espaço de tempo relativamente curto", disse Robert Vehrkamp, um dos autores do estudo e especialista em democracia na Fundação Bertelsmann. "Mas o alto nível de rejeição [desses partidos] também mostra como seria perigoso para outros partidos imitá-los."
"Muitos cidadãos não optam mais por apoiar um partido, mas por votar contra os partidos que mais rejeitam", acrescentou Vehrkamp.
O presidente-executivo da Fundação Bertelsmann, Aart De Geus, afirmou que o sucesso dos partidos populistas em mobilizar simpatizantes significa que o comparecimento às urnas será "crucial para determinar os resultados eleitorais e o futuro da Europa".
"A mobilização do predominante centro pró-UE é um pré-requisito importante" para a criação de maiorias nos grupos de trabalho no novo Parlamento Europeu, segundo De Geus.
PV/afp/dpa
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