UE teme aumento de refugiados no Chipre
24 de julho de 2006A União Européia teme que o Chipre se tornará plataforma para um número ainda maior de refugiados do Líbano. Para dezenas de milhares de africanos e asiáticos que trabalham no Líbano, a principal rota para deixar a região em crise passa pela Síria. Esta rota, no entanto, implica um "risco político", advertiu o o Conselho de Ministros da Justiça e do Interior, reunido nesta segunda-feira (24/07) em Bruxelas. Se o acesso à Síria for bloqueado, o Chipre adquirirá importância ainda maior para os refugiados, tornando também mais premente a questão de como o bloco deve lidar com a massa de não-europeus.
Mais de 35 mil estrangeiros já chegaram à ilha, segundo as autoridades cipriotas, sendo que 23 mil deixaram o país de novo. O número de refugiados não pertencentes ao bloco de 25 ainda presentes na ilha é calculado em 2630.
No Líbano trabalham atualmente 40 mil pessoas provenientes de Sri Lanka, 10 mil de Bangladesh, 30 a 40 mil das Filipinas e entre 30 e 80 mil da Etiópia, segundo o Conselho de Ministros. Além desses 110 mil a 180 mil trabalhadores, haveria ainda grupos menores de outros países.
"O Chipre está enfrentando um problema logístico sério", consta do relatório da UE. A assistência aos refugiados pode custar o correspondente a 1% do Produto Interno Bruto cipriota, segundo cálculos. O vice-ministro alemão do Interior, Peter Altmaier, declarou que o Chipre, como membro da UE, tem direito a apoio para dar conta da situação, mas que não faria muito sentido distribuir os refugiados pela Europa inteira.
Já na quinta-feirar (20/07), o ministro cipriota do Exterior, George Lillikas, havia dirigido um apelo à UE, solicitando o envio de um grande número de aviões que permitissem transportar os refugiados rapidamente para seus países de origem.
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