Meio ambiente
12 de maio de 2007A conferência da Comissão das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável acabou neste sábado (12/05) sem a assinatura de uma declaração final. Para o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, que representou os países da UE na conferência e se recusou a assinar o documento, este significaria "um retrocesso".
Sem o aval dos 25 países do bloco europeu, o encontro acabou sem qualquer resultado concreto. Gabriel lamentou, em nome da União Européia, que a conferência não tenha levado a um acordo em termos de metas mais definidas em relação à proteção do meio ambiente, produção de energia e desenvolvimento industrial.
Aquém das expectativas
O ministro justificou o "não" europeu ao documento ao afirmar que o texto da declaração estaria muito aquém das expectativas da comunidade internacional e iria "enfraquecer os acertos de Johannesburgo, definidos há menos de cinco anos atrás".
Gabriel lembra que "o mundo espera que as Nações Unidas tomem atitudes concretas no combate à pobreza e produção de energias sustentáveis e renováveis, bem como na proteção do meio ambiente e contra a poluição do ar".
Resistência do Grupo dos 77
Os países da UE fracassaram na tentativa de estabelecer um plano energético de longo prazo para todos os países da ONU, a ser colocado em prática a partir de 2010. Os países em desenvolvimento e emergentes do Grupo dos 77 e a China rejeitaram, porém, a proposta, por não aceitarem qualquer controle sobre suas políticas energéticas, afirmaram diplomatas presentes na conferência. A Suíça uniu-se aos países da UE ao rotular as negociações de Nova York de "sem valor".
Apesar do fracasso final, a UE continua convencida de que a conferência das Nações Unidas é o fórum ideal para a discussão global de problemas ligados ao clima. "Por isso, a UE se esforçou incansavelmente, nas últimas duas semanas, nas negociações em prol de uma declaração final de conteúdo mais consistente", afirmou Gabriel em nome do bloco.
A Comissão das Nações Unidas reuniu-se em Nova York pela 15ª vez, com o objetivo de dar continuidade às metas estabelecidas em 2002, na cúpula do clima de Johannesburgo. (sv)