Turquia detém 1.300 migrantes a caminho da Europa
30 de novembro de 2015Aproximadamente 1.300 refugiados foram detidos quando supostamente se preparavam para navegar rumo à Grécia, comunicaram autoridades turcas nesta segunda-feira (30/11). A operação ocorreu poucas horas após a União Europeia (UE) ter prometido 3 bilhões de euros à Turquia para conter a crise migratória.
Segundo a guarda costeira turca, entre os 1.300 migrantes detidos havia cidadãos da Síria, Iraque, Irã e Afeganistão. Além disso, durante uma operação policial em Ayvacik, na costa do Mar Egeu, forças de segurança da Turquia prenderam vários contrabandistas e confiscaram quatro embarcações supostamente utilizadas para o tráfico de migrantes. Policias também encontraram um corpo de uma pessoa numa das praias da região.
A agência estatal de notícias Anadolu relatou que alguns dos migrantes estavam tentando se esconder em plantações de oliveiras perto da cidade costeira. Ayvacik é considerada um principal ponto de passagem para a ilha grega de Lesbos.
Os detidos foram enviados para um centro de repatriamento e alguns deles podem ser deportados, de acordo com as autoridades.
A operação desta segunda-feira é a maior varredura anti-imigrantes dos últimos meses e foi executada menos de um dia depois de UE e Ancara concordarem com um plano para controlar o afluxo de migrantes à Europa.
ONGs criticam detenções
No domingo, autoridades europeias se comprometeram a transferir 3 bilhões de euros à Turquia, além de uma perspectiva de suspensão da necessidade de visto para cidadãos turcos. Em contrapartida, Ancara prometeu repreender o tráfico de pessoas e aumentar a segurança nas fronteiras.
Também se espera que a Turquia eleve os padrões de vida dos mais de dois milhões de refugiados que vivem no país. Ativistas de organizações dos direitos humanos condenaram as detenções turcas desta segunda-feira. A Human Rights Watch classificou o incidente como uma "mancha na consciência da União Europeia".
"Desde setembro, vimos as autoridades turcas prendendo centenas de refugiados. Muitas vezes deixando-os incomunicáveis e devolvendo-os à força para a vizinha Síria e o Iraque. Isto é tão ilegal como inconcebível", disse Andrew Gardner, da Anistia Internacional.
PV/rtr/ap