Turquia acusa grupo curdo por bomba que matou 6 em Istambul
14 de novembro de 2022A Turquia acusou nesta segunda-feira (14/11) o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) de realizar um ataque a bomba em Istambul, dizendo que uma mulher síria foi presa, suspeita de plantar o dispositivo.
A explosão matou seis pessoas e feriu outras 81 neste domingo na avenida Istiklal, uma popular rua de pedestres que é uma das principais atrações turísticas da metrópole turca. A detonação ocorreu pouco depois das 16h (horário local). Não houve reivindicação de responsabilidade.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chamou o atentado de "ataque vil", afirmando que tem "cheiro de terror".
Uma menina de 9 anos e seu pai, assim como uma menina de 15 anos e sua mãe estão entre os mortos no ataque.
A polícia de Istambul disse nesta segunda-feira que 46 pessoas foram detidas no total. O governo de Erdogan acusou o PKK de realizar a explosão pouco antes de o presidente desembarcar na ilha indonésia de Bali para a cúpula do G20. As autoridades turcas não descartam, entretanto, envolvimento do grupo terrorista "Estado Islâmico".
Imagens da polícia divulgadas pela mídia turca mostraram uma jovem de moletom roxo e calça escura sendo detida em um apartamento em Istambul. A polícia disse ter descoberto dinheiro em espécie, itens de ouro e uma arma.
"A pessoa que plantou a bomba foi presa", disse o ministro do Interior, Suleyman Soylu, em comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Anadolu nesta segunda-feira.
Prisão de suspeita
A polícia turca, citada pela televisão privada NTV, disse que uma mulher síria que trabalha para militantes curdos é a principal suspeita. "De acordo com nossas descobertas, a organização terrorista PKK é responsável", disse Soylu.
Listado como um grupo terrorista por Ancara, pelos EUA e pela UE, o PKK mantém desde a década de 1980 um movimento de insurgência por um autogoverno curdo no sudeste da Turquia. Militantes curdos afiliados ao PKK controlam a maior parte do nordeste da Síria.
"Acreditamos que a ordem para o ataque foi dada a partir de Kobane", disse ele, referindo-se a uma cidade na Síria perto da fronteira turca e que foi também palco de uma batalha de 2015 entre militantes curdos e jihadistas do "Estado Islâmico", que foram expulsos após mais de quatro meses de combates.
O ministro também atacou Washington por seu apoio a grupos curdos, acrescentando que uma mensagem de condolências enviada pela Casa Branca é semelhante a um "assassino sendo o primeiro a aparecer na cena do crime".
Os EUA condenaram o "ato de violência" e acrescentaram: "Estamos lado a lado com nosso aliado da Otan no combate ao terrorismo".
Regularmente alvo de operações militares turcas, o PKK está no centro de uma disputa entre a Suécia e a Turquia. Desde maio, o governo turco vem impondo entraves para a tentativa de Estocolmo de ingressar na Otan, acusando o governo sueco de leniência em relação ao grupo.
md/lf (AFP, AP, Reuters)