Tufão deixa rastro de destruição das Filipinas à China
17 de setembro de 2018Chuvas e ventos fortes seguem castigando o sul da China nesta segunda-feira (17/09) após a chegada do ciclone tropical Mangkhut, que causou mortes e destruições de Hong Kong às Filipinas. Apesar de ter sido rebaixado de tufão para tempestade tropical, o Mangkhut segue afetando a costa chinesa e as províncias de Guangdong, Guangxi e Hainan.
O ciclone tropical avançou sobre a província chinesa de Guangdong neste domingo, forçando mais de 2,4 milhões de pessoas a deixarem a área e paralisando os transportes na região.
O Observatório de Hong Kong disse que o Mangkhut foi o ciclone mais forte a atingir a cidade desde 1979, com ventos de até 195 quilômetros por hora.
O serviço meteorológico chinês informou que são esperados para esta segunda-feira entre 100 e 160 milímetros de chuva em algumas partes de Guangdong, a província mais populosa da China. Até o momento, quatro mortes foram registradas no país em consequência do Mangkhut.
Segundo o Centro Nacional para a Redução de Desastres, três pessoas morreram em razão de quedas de árvores na metrópole de Guangzhou e outra foi atingida pelo colapso de um edifício em Dongguan. Espera-se que as chuvas e ventos fortes continuem a castigar a região até esta terça-feira.
O Mangkhut atingiu Hong Kong no domingo, balançando edifícios, causando inundações e deixando mais de 300 feridos. As autoridades afirmaram que os danos foram "graves e extensos". Em Macau, a tempestade fez com que os cassinos tivessem de fechar as portas pela primeira vez na história.
Nas Filipinas, as autoridades temem que a passagem do tufão pelo país tenha causado cerca de 100 mortes. Estima-se que 40 e 50 pessoas estavam dentro de um abrigo que desapareceu após um deslizamento de terra em uma antiga mina no norte do país, a 200 quilômetros da capital, Manila.
O governo anunciou que enviará soldados para coibir a mineração ilegal em seis províncias montanhosas no norte do país, na tentativa de evitar tragédias como os deslizamentos de terra que causaram 54 das 65 mortes na província de Benguet durante a passagem do Mangkhut.
A medida atinge cerca de 10 mil mineiros na cidade de Itogon, em Benguet, onde dezenas de trabalhadores e suas famílias desapareceram após procurarem abrigo numa capela. Centenas de membros das equipes de resgate fazem escavações no local em busca de sobreviventes.
As autoridades já haviam alertado que os túneis das minas de ouro escavados legalmente ou ilegalmente deixaram as montanhas instáveis e mais suscetíveis aos deslizamentos. Dezenas de milhares de mineiros chegaram à região nos últimos anos, estabelecendo algumas comunidades em locais de alto risco, como nas montanhas de Itogon.
Risco de rompimento de diques nos EUA
Nos Estados Unidos, as enchentes causadas pela passagem do furacão Florence aumentaram os riscos de rompimentos de barragens e deslizamentos de terra, após causar mais de uma dezena de mortos e bilhões de dólares em prejuízos.
O centro de previsões do Serviço Nacional de Meteorologia alertou neste domingo para "chuvas fortes e excessivas para os próximos dias", com "elevado risco de deslizamentos de terra" na Carolina do Norte e no sudoeste da Virgínia, além de risco de "enchentes repentinas e potencialmente fatais" em algumas regiões. Ao menos 15 pessoas – dez na Carolina do Norte e cinco na Carolina do Sul – morreram desde que o Florence chegou ao continente como um furacão de categoria 1.
Rebaixada de furacão para depressão tropical, o ciclone tropical continuou a castigar os estados da Carolina do Norte e do Sul, gerando fortes chuvas em bacias de rios já inundadas, gerando novos alertas das autoridades.
Brock Long, da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, afirmou à emissora Fox News que a tempestade traz maiores riscos a regiões já bastante saturadas de água.
O que mais preocupa são os riscos a algumas barragens, já sobrecarregadas pelo volume de água gerado por uma tempestade tropical no início do mês. Ele pede que as pessoas acatem os alertas para deixar as regiões de risco.
"Os furacões são classificados de acordo com os ventos, mas são as águas que causam mais mortes", afirmou.
Na Carolina do Norte, quase 500 mil pessoas ficaram sem energia elétrica, e outras 20 mil na Carolina do Sul. Cerca de 15 mil foram abrigadas em 158 abrigos no estado. Em torno de 2,8 mil membros da Guarda Nacional participam das operações de resgate e ajuda, enquanto outros mil permanecem de prontidão.
RC/afp/ap/rtr/dpa
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