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Tsipras recebe voto de confiança no Parlamento grego

8 de outubro de 2015

Todos os 155 membros do partido Syriza apoiam premiê da Grécia e propostas do novo governo em relação à dívida grega e aos pacotes de resgate. Atenas tem até 15 de outubro para aprovar o primeiro conjunto de reformas.

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Foto: Getty Images/AFP/L. Gouliamaki

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, ganhou um voto de confiança do Parlamento grego nesta quinta-feira (08/10). O político, que pretende implementar um pacote de reformas antes de uma revisão fundamental do resgate financeiro ao país, recebeu apoio de todos os 155 membros de seu partido, o Syriza. A votação no parlamento de 300 assentos ocorreu após três dias de debates sobre as propostas políticas do novo governo.

Tsipras foi eleito em eleições antecipadas em 20 de setembro, depois de ter revisto sua oposição à política de austeridade. Ele se comprometeu a aumentar os impostos, implementar reformas econômicas e cortes nas aposentadorias – condições vinculadas ao pacote de resgate de 86 bilhões de euros acordado em agosto com os credores internacionais Fundo Monetário Internacional (FMI) e União Europeia (UE).

Cerca de 25 bilhões de euros do pacote de resgate foram realocados para fortalecer o capital dos bancos que sofreram com constantes saques de poupanças e depósitos ao longo dos últimos seis anos.

O governo tem agora até 15 de outubro para aprovar o primeiro conjunto de 48 reformas, antes de uma revisão por parte dos credores. Em seguida, Tsipras espera abrir a possibilidade de discutir a reestruturação da dívida e a recapitalização dos bancos.

"Vamos superar o obstáculo da primeira revisão rapidamente, vamos concluir as grandes questões da recapitalização dos bancos e da dívida e vamos prosseguir a um ritmo medido para mudar a Grécia", disse o premiê em discurso prévio à votação.

Tsipras afirmou que o pacote de reformas do governo e o resgate financeiro farão com que a Grécia cresça economicamente até julho de 2016. "Isso nos permitirá restaurar gradativamente a estabilidade de longo prazo da economia grega, [recuperar] a confiança dos investidores e, no início de 2017, recuperar o acesso aos mercados internacionais", disse.

Com exceção de uma breve isenção no ano passado, a Grécia está suspensa dos mercados de crédito internacionais desde o início da crise em 2010. Desde então, o país se viu obrigado a contar com repetidos resgates financeiros atrelados à implementação de medidas de austeridade para evitar a falência e uma saída da zona do euro.

PV/ap/dpa/rtr