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Tráfego no Canal de Suez volta à normalidade

3 de abril de 2021

Autoridades afirmam que os engarrafamentos gigantescos formados pelo encalhe do navio Ever Given foram liberados, e todas as embarcações bloqueadas cruzaram o canal.

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Navio Ever Given após ser desencalhado no Canal de Suez
Com 400 metros de comprimento, o Ever Given ficou encalhado por quase uma semana no Canal de SuezFoto: Suez Canal Authority/REUTERS

Os gigantescos engarrafamentos que se formaram nas duas pontas do Canal de Suez devido ao navio que ficou encalhado ali por quase uma semana foram totalmente liberados, e o comércio marítimo voltou à normalidade, informaram neste sábado (03/04) autoridades responsáveis pela via.

"Todos os navios que aguardavam no canal desde o encalhe do porta-contêineres panamenho Ever Given atravessaram [a via marítima]", anunciou o chefe da Autoridade do Canal de Suez, almirante Ossama Rabie, em comunicado.

O Canal de Suez é uma das principais artérias de transporte marítimo do mundo, que conecta Ásia e Europa e representa mais de 10% do comércio internacional.

Ao encalhar no canal em 23 de março, o navio Ever Given, de 400 metros de comprimento e capacidade de 200 mil toneladas, causou a paralisação total do tráfego nessa importante rota, num incidente sem precedentes em sua magnitude.

Ventos fortes, combinados com uma tempestade de areia, foram inicialmente sugeridos como causas do incidente, mas o chefe da Autoridade do Canal de Suez declarou posteriormente que "pode ter havido erros humanos ou técnicos".

Com ajuda de especialistas internacionais, o Ever Given foi finalmente retirado das margens de areia do canal na noite da última segunda-feira, 29 de março, e o tráfego entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo foi liberado para outras embarcações.

Ao todo, 422 navios, carregados com 26 milhões de toneladas de carga, segundo a Autoridade do Canal de Suez, haviam sido impedidos de passar por conta do encalhe, formando engarrafamentos enormes nas duas pontas do canal. Segundo a seguradora Allianz, cada dia de bloqueio da via marítima causou prejuízos entre 6 e 10 bilhões de dólares.

A entidade responsável pelo canal informou que as últimas 61 embarcações que ainda aguardavam para cruzar a rota conseguiram fazer a travessia neste sábado, além de outros 24 novos navios.

Para o almirante Rabie, a retomada da circulação, atingida em "tempo recorde", constitui uma "nova façanha" para o Egito. O Canal de Suez fornece uma das principais fontes de renda do país, ao lado do turismo e remessas de expatriados. O chefe da Autoridade do Canal de Suez afirmou que o Egito vai pedir uma indenização por danos de 1 bilhão de dólares.

ek (AFP, DPA, Efe, Lusa)