Trump retira EUA de pacto da ONU sobre migração
3 de dezembro de 2017O presidente Donald Trump decidiu retirar os Estados Unidos do Pacto Mundial da ONU para migrantes e refugiados, considerando-o "incompatível" com a sua política, anunciou no sábado (02/12) a missão americana na ONU.
"A missão americana na ONU informou o seu secretário-geral que os Estados Unidos findaram a sua participação no pacto mundial sobre a migração", indicou comunicado da missão dos EUA nas Nações Unidas.
Em setembro de 2016, os 193 membros da Assembleia Geral da ONU adotaram com unanimidade a chamada Declaração de Nova York para os refugiados e migrantes, que visa melhorar a gestão internacional (acolhimento, apoio no regresso, etc.) dos movimentos de migração.
Com base nessa declaração, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) recebeu a incumbência de propor um pacto mundial sobre migrantes e refugiados no seu relatório anual à Assembleia Geral em 2018. Esse acordo deve abordar dois pontos básicos: definição de um quadro de respostas a serem dadas e um programa de ação.
Os EUA foram um dos iniciadores do projeto durante o governo do ex-presidente Barack Obama, mas agora a representação americana nas Nações Unidas afirma que as atuais disposições seriam "incompatíveis" com a política do presidente Donald Trump.
"A Declaração de Nova York envolve várias disposições que são incompatíveis com as políticas americanas de imigração e de refugiados e os princípios decretados pela administração Trump em matéria de imigração", sublinha o comunicado da missão dos Estados Unidos na ONU.
"Assim, o presidente Trump decidiu terminar a participação dos Estados Unidos na preparação do pacto que visa obter um consenso na ONU em 2018", acrescenta.
A ONU ainda não reagiu ao anúncio dos Estados Unidos. A embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou que os EUA "têm orgulho de seu legado em matéria de imigração e de sua liderança no apoio às populações de migrantes e refugiados em todo o mundo".
"Nenhum país fez mais que os Estados Unidos e a nossa generosidade vai manter-se. Mas as nossas decisões sobre políticas de imigração devem sempre ser tomadas pelos americanos e apenas pelos americanos. Decidiremos qual é a melhor maneira de controlar as fronteiras e quem será autorizado a entrar no nosso país", disse a embaixadora em comunicado.
CA/efe/afp/dpa
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