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Trump promete acionar militares para deportação em massa

19 de novembro de 2024

Acusando governo Biden de ter permitido uma invasão de ilegais, presidente eleito dos EUA promete declarar emergência nacional para fronteiras e entregar a deportação dos imigrantes às Forças Armadas nacionais.

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Televisor exibe debate Biden-Trump em abrigo para migrantes em Tijuana, México, 27/06/2024
Abrigo para migrantes em Tijuana, México, em junho de 2024Foto: Gregory Bull/AP/picture alliance

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que planeja declarar emergência nacional na segurança das fronteiras e acionar as Forças Armadas para executar a deportação em massa dos imigrantes sem documentação.

Em sua plataforma Truth Social, ele citou nesta segunda-feira (18/11) a postagem de um ativista conservador de que ele iria "usar recursos militares para reverter a invasão de Biden com um programa de deportação em massa". "Verdade!", comentou Trump.

A imigração foi um dos temas centrais em sua campanha eleitoral, em que prometeu deportar milhões e estabilizar a fronteira com o México, que um número recorde de migrantes teria atravessado ilegalmente durante a presidência do democrata Joe Biden.

Após um pico de 250 mil em dezembro de 2023, o número atual de migrantes interceptados na tentativa de atravessar sem autorização a fronteira do México é aproximadamente o mesmo que em 2020, último ano do primeiro mandato trumpista.

Em seus comícios, o candidato republicano evocou repetidamente a Lei dos Inimigos Estrangeiros (Alien Enemies Act), de 1798, como meio de acelerar as deportações. No entanto, críticos objetam que ela é obsoleta, tento sido empregada pela última vez durante a Segunda Guerra Mundial para manter americanos de origem japonesa em campos de concentração sem o devido processo legal.

Trump e os estrangeiros que "envenenam o sangue"

Além de distorcer estatísticas e dados sobre a política migratória democrata, o magnata nova-iorquino não hesitou em empregar retórica incendiária e xenófoba, com alarmes de que estrangeiros estariam "envenenando o sangue" dos EUA, preparando uma invasão que resultaria no estupro e assassinato de americanos.

Ao anunciar o futuro gabinete, ele tem destacado figuras linha-dura, indicando seu ex-diretor interino de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) Tom Homan como novo "czar das fronteiras". Durante a Convenção Nacional Republicana de julho, este declarara: "Eu tenho uma mensagem para os milhões de imigrantes ilegais que Joe Biden soltou no nosso país: é melhor começarem a fazer as malas."

Reagindo à recente postagem de Trump, a governadora do Arizona, democrata Katie Hobbs, declarou-se disposta a colaborar com o futuro governo na segurança das fronteiras em questões como o tráfico de opioides, porém não em áreas que possam prejudicar as famílias locais, como a deportação em massa.

As autoridades americanas calculam em 11 milhões o número de cidadãos vivendo no país sem a documentação exigida. Caso concretizado, o programa de deportação de Trump deverá afetar diretamente cerca de 20 milhões de famílias.

av (AFP,AP,ots)