Trump critica Alemanha e promete mudança
30 de maio de 2017A Alemanha voltou a ser alvo de duras críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (30/05). O magnata manifestou no Twitter sua insatisfação em relação aos temas comércio e defesa, horas depois de a chanceler federal alemã, Angela Merkel, indicar que os laços entre ambos os países mudaram.
Trump reclamou do déficit comercial americano com o país europeu e do que considera uma baixa contribuição financeira por parte dos alemães à Otan.
"Temos um ENORME déficit comercial com a Alemanha, e eles pagam MUITO MENOS do que deveriam à Otan e à forças armadas", escreveu Trump na plataforma online. "Muito ruim para os EUA. Isso vai mudar", prometeu.
As declarações de Trump prometem abalar ainda mais as relações entre os dois países e sugerem uma resposta aos recentes comentários de Merkel sobre o governo de Trump e as possíveis implicações para a aliança transatlântica.
No último domingo, ao fim da primeira viagem internacional de Trump como presidente, a chanceler federal alemã alertou para o fato de que EUA e Reino Unido já não podem ser considerados parceiros completamente confiáveis.
Na segunda-feira, foi a vez do vice-chanceler federal e ministro do Exterior alemão, Sigmar Gabriel, chamar as medidas do presidente americano de políticas "míopes", que "enfraqueceram o Ocidente" e prejudicam interesses europeus.
Na cúpula do G7 encerrada no último fim de semana, na Itália, Trump rejeitou a pressão dos demais membros do grupo para se comprometer com o Acordo do Clima de Paris e repreendeu 23 dos 28 integrantes da Otan por "ainda não pagarem o que deveriam" para financiar a aliança.
Dias antes, na Arábia Saudita, Trump fechou um acordo sobre venda de armamentos no valor de 110 bilhões de dólares pela próxima década, que inclui navios, tanques e sistemas antimísseis.
Gabriel disse na segunda-feira que "qualquer um que acelere as mudanças climáticas ao enfraquecer a proteção ambiental, que venda mais armas para zonas de conflito e que não queira resolver conflitos religiosos politicamente está pondo em risco a paz na Europa".
Nesta terça-feira, Merkel reiterou sua visão de que a Europa deve "tomar seu destino nas próprias mãos". No entanto, dois dias depois de sua declaração polêmica em relação aos EUA, ela salientou a "extrema importância" da aliança para a Alemanha.
IP/afp/dpa