Transição para energia limpa na Alemanha vai custar mais para o consumidor
8 de outubro de 2012Os consumidores alemães se preparam para pagar uma conta de energia mais cara no próximo ano. O motivo é a mudança de matriz energética em curso no país – a transição para a produção a partir de fontes renováveis vai custar mais caro que o previsto.
Segundo a Lei de Energia Renovável do país, quem gera energia limpa recebe uma quantia fixa para cobrir os gastos da produção. Mas não há dinheiro em caixa o suficiente para fechar essa conta: dados oficiais apontam um déficit de 2,6 bilhões de euros. Essa diferença deve ser paga pelo consumidor.
Estimativas indicam que a conta de uma família que consome cerca de 3.500 quilowatts/hora por ano ficará 500 euros mais cara, o equivalente a mais de 1.300 reais.
As promessas
O aumento dos preços é um efeito imediato da revolução energética sem precedentes ambicionada pela Alemanha. Até 2050, 80% da energia produzida no país deve ser de fontes renováveis. O governo decidiu desligar suas usinas nucleares até 2022 e reduzir em 10% o consumo de eletricidade nos próximos oito anos. Segundo o plano, a energia atômica será substituída por solar, eólica e de biomassa.
Em 2012, a Alemanha bateu o recorde de geração de eletricidade a partir sol – em apenas dois dias, o pais registrou a marca de 22 gigawatts vindos dessa fonte, o equivalente à atividade de 20 usinas nucleares em capacidade total.
O Ministério de Meio Ambiente alemão acredita que, se o país for bem-sucedido nesta revolução energética e conseguir manter a competitividade, o modelo poderá ser exportado para o resto do mundo.
Saiba mais sobre energia limpa no Futurando
O Futurando desta semana mostra como gases de efeito estufa podem ser transformados em biomassa e matéria-prima para a indústria. O bioplástico produzido a partir desse material é um exemplo de produto que pode economizar toneladas de petróleo.
KR/dadp/dpa/rts
Revisão: Nádia Pontes