Torcedoras ajudam a conter a violência durante a Copa
8 de julho de 2006Não há como negar: esta Copa foi a das mulheres. A participação de torcedoras em todo o mundo chamou a atenção da mídia e especialistas em esporte. Além de demonstrarem interesse e conhecimento, elas ainda aproveitaram o evento para lançar moda. Mas sua participação apresentou um caráter ainda mais positivo: o de conter a violência masculina.
"Garotas estão sempre em grupos de fãs que são contra brigas", explica o sociólogo esportivo Michael Klein.
Nas áreas públicas destinadas a torcedores para acompanharem os jogos em telões, metade dos espectadores eram mulheres. "Isso tem um efeito natural em conter uma tendência mais violenta", argumenta. A influência do comportamento moderado das mulheres é algo que vem desde a escola.
O intensificado interesse do público feminino pelo futebol mudou, acredita o especialista: "os homens prestam atenção mais no comportamento dos jogadores em campo no sentido de brigas, enquanto as mulheres prestam atenção nas jogadas e na performance".
Muitos jogadores profissionais e seus parceiros comerciais reconheceram esta tendência e reagiram de acordo. Klein cita como exemplo o jogador inglês David Beckham, ídolo também por sua beleza.
No entanto, registrou-se uma falha no mercado publicitário que não prestou atenção neste público e deixou de lucrar consideravelmente na Copa do Mundo, principalmente nas programações de emissoras que transmitiram os jogos.
"As mulheres não se deixam mais ser excluídas quando o assunto é futebol – sejam como jogadoras, ou somente como espectadoras", finalizou.