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Rock e pop 2011

16 de dezembro de 2011

Sem medo de ser chamado de emo, o Adolar levou toda a energia de seus shows para o seu excepcional segundo disco. Ao lado de Thees Uhlmann, Boy e Ja Panik, eles produziram o melhor do pop rock na Alemanha em 2011.

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Adolar lançou um dos melhores discos de rock alemão de 2011

Num ano cheio de pequenas e agradáveis surpresas, o pop rock alemão mostrou toda a sua criatividade e diversidade em discos despretensiosos e cheios de personalidade. Saídos diretamente do underground, os garotos do Adolar, banda formada em Leipzig, lançaram o segundo disco, Zu den Takten des Programms. O nome do grupo vem de um desenho animado húngaro que os integrantes costumavam acompanhar quando crianças, na antiga Alemanha Oriental.

Uma mistura de várias vertentes do rock, o som do Adolar é descrito como post-hardcore ou indie punk, mas da maneira como eles unem letras pessoais, paixões adolescentes, guitarras e vocais eloquentes é descarada e positivamente emo.

"Não temos problema com a palavra emo para descrever a banda e nossa música porque sabemos o que ela significa. Tocamos com muita emoção e somos fãs de diversas bandas emo, mas também temos outras referências", declarou o baterista Frank Mertens em entrevista a DW Brasil.

Energia dos palcos

Além de um pouco mais de maturidade e experiência, o novo disco expandiu e simplificou a sonoridade da banda. "Discutimos as ideias e compomos juntos, como no primeiro álbum. A diferença é que gravamos todas as músicas ao vivo no estúdio. É sempre divertido tocar junto e gostamos muito do resultado." Segundo Frank, o disco está mais vivo, homogênico e orgânico.

A ideia de gravar dessa maneira nasceu de críticas dos próprios fãs. "Muitas pessoas diziam que nossos shows eram empolgantes e que ficaram um pouco desapontadas com nosso primeiro disco porque era muito ‘limpo' e produzido. Decidimos aceitar o desafio de fazer o segundo disco de uma maneira diferente. Acho que deu certo. Não me ofendo quando falam que somos melhor no palco do que no disco. Acho um grande elogio", completou.

14.10.2011 DW-TV POPXPORT Beitrag 1 Thees Uhlmann
Thees Uhlmann lançou seu primeiro disco solo em 2011

A música do Adolar cresce nos palcos e seus shows já ultrapassaram as fronteiras dos países de língua alemã. Suas turnês já passaram pela República Tcheca, Inglaterra, Suíça e França. "Nossas letras têm um peso muito grande na Alemanha. Quando o público não fala alemão, a reação das pessoas é diferente. Eles focam totalmente na música. É sempre uma experiência incrível", disse o baterista.

Este ano de 2011 foi intenso para a banda, que compôs e gravou Zu den Takten des Programms e não parou mais de fazer shows. Além dos usuais clubes em que costuma tocar, a banda também tocou pela primeira vez para milhares de pessoas em diversos festivais pela Europa. Em março de 2012, eles embarcam em outra turnê pelo continente. Depois de um merecido descanso, Frank promete um disco novo para 2013.

Nova cidade, novo som

Thees Ulhmann foi uma das grandes surpresas do ano. Ele já havia alcançado um certo sucesso com sua banda Tomte. Depois de um hiato de alguns anos, em que se tornou pai e trocou Hamburgo por Berlim, o músico encontrou sua voz e fez um disco com ótimas canções de pop rock, cheias de vitalidade e energia, além de um dueto com o rapper Casper. O resultado foi um enorme sucesso de crítica e público.

Outra banda que trocou a cidade natal (no caso, Viena) por Berlim foi o Ja, Panik. Em seu quarto disco a banda alcançou a excelência deixando o seu indie rock mais sofisticado, com ótimas orquestrações, mas sem perder as guitarras e a visceralidade de trabalhos anteriores. Outro trunfo são os vocais e as letras de Andreas Spechtl, que mistura com criatividade inglês e alemão.

Ja Panik - aktuelles Promobild der Band
Ja, Panik: letras que misturam alemão e inglêsFoto: Christoph Voy

Meninos loucos apaixonados

Vinda de Colônia, a dupla Locas in Love voltou depois de três anos com o excelente disco Lemming. Gravado na Escócia, o disco tem produção de Paul Savage (que já trabalhou com Mogwai, Delgados e Arab Strap). Com charmosos duetos entre Stefanie Schrank e Björn Sonnenberg, que lembra bastante o Delgados, a banda tem uma dinâmica criativa e consegue levar adiante, nesse novo trabalho, sua mistura de folk, rock e pop.

Já uma das maiores revelações do ano foi Mutual friends, disco de estreia da dupla Boy. A banda é uma parceria entre a suíça Valeska Steiner e a alemã Sonja Glass. O disco foi gravado quase totalmente em Berlim, com a dupla tocando todos os instrumentos, exceto a bateria. Para este instrumento, contaram com convidados como Thomas Hedlund, que toca bateria com os franceses do Phoenix.

Boy Mutual Friend (CD-Cover)
Capa de "Mutual friends", disco de estreia do BoyFoto: Grönland (rough trade)

Elegante, ensolarada e pop, a música da dupla une histórias da vida cotidiana com belos vocais em inglês. Trilha sonora ideal para terminar o ano curtindo o verão brasileiro ou sonhando com dias ensolarados no aconchegante inverno alemão.

Autor: Marco Sanchez
Revisão: Alexandre Schossler