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Tereza Cristina: agronegócio sustentou PIB durante pandemia

15 de agosto de 2020

Ministra da Agricultura contrastou desempenho do agro com demais setores da economia brasileira, golpeados pela covid-19. Entre fatores para safra recorde de grãos, estariam investimento em pesquisa e boas chuvas.

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Ministra brasileira da Agricultura, Tereza Cristina, fala ao microfone
Ministra Tereza Cristina: "Alguns setores do agro brasileiro até aumentaram emprego neste período difícil da pandemia"Foto: Agência Brasil/V. Campanato

O agronegócio brasileiro foi essencial para segurar a atividade econômica durante a pandemia do novo coronavírus, graças a uma safra recorde de grãos e aumento das exportações, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nesta sexta-feira (14/08). Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, ela destacou o recorde de 2020 e o Plano Safra como elementos que fizeram o setor crescer nos últimos meses, enquanto o restante da economia sofria.

"O agronegócio foi o motor da economia e conseguiu não deixar nosso PIB [Produto Interno Bruto] cair. Foi gerador de riquezas para o mercado interno, para as exportações e para o emprego. O agro brasileiro não deixou de empregar. Alguns setores até aumentaram o emprego durante este período difícil da pandemia", ressaltou a ministra.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em 253 milhões de toneladas a safra de grãos 2019/2020. Tereza Cristina atribuiu o recorde ao investimento em pesquisa e desenvolvimento, e à boa chuva na maior parte dos estados no início do ano. A articulação com o Ministério da Infraestrutura, no início da pandemia, também teria sido essencial para impedir problemas de logística e evitar desabastecimentos.

"Nós precisávamos organizar o abastecimento do nosso mercado interno e também não descumprir os contratos internacionais. O ministro Tarcísio [de Freitas], da Infraestrutura, foi fundamental, porque a colheita não pode esperar. O produto precisa ser colhido naquele momento e tivemos um problema de logística e de cuidado com as pessoas nessa pandemia. Montamos um grupo, fizemos um planejamento e, até agora, tudo tem dado certo."

Tereza Cristina ressaltou que as exportações do agronegócio cresceram 10% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2019, totalizando US$ 61 bilhões. "O Brasil é o celeiro do mundo. Alimentamos nossos 212 milhões de habitantes e exportamos para alimentar mais de 1 bilhão de pessoas no mundo."

Para a ministra, filiada ao partido Democratas, a abertura de novos mercados foi imprescindível para manter o crescimento das vendas externas e diversificar a pauta, reduzindo a dependência da soja e das carnes. Segundo ela, o Brasil passou a exportar alimentos para 51 novos mercados apenas em 2020, como resultado de negociações com parceiros comerciais. Desde 2019, 89 novos mercados foram abertos para o agronegócio brasileiro.

Entre os produtos que passaram a ser exportados, estão queijo, iogurte e leite em pó para a China, castanha de baru e chá-mate para a Coreia do Sul, peixes para a Argentina, castanha para a Arábia Saudita e gergelim para a Índia.

Outro fator que deve impulsionar as exportações brasileiras é o reconhecimento dos estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, e de regiões do Amazonas e do Mato Grosso como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. A política conservadora-liberal explicou que em maio de 2021 a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em francês) deverá ratificar a decisão do Ministério da Agricultura, liberando a carne bovina desses estados para exportações sem vacinação, valorizando o produto brasileiro no mercado internacional.

Em relação à safra de 2020/2021, que começa a ser plantada neste semestre, Tereza Cristina ressaltou que o Plano Safra do ano corrente destina R$ 236 bilhões em crédito subsidiado aos produtores rurais, e privilegia os pequenos e médios produtores, que tradicionalmente têm mais dificuldade de acesso ao crédito, assim como projetos de sustentabilidade e de tecnologia da informação no campo.

AV/abr,ots

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