Constituição da UE na UTI
27 de janeiro de 2007A chanceler federal alemã, Angela Merkel, esperava, com sua visita à República Tcheca, nesta sexta-feira (26/01), melhorar as chances da Constituição européia. Porém suas conversas em Praga não conseguiram afastar as reservas do chefe de governo tcheco, Mirek Topolanek.
Este se pronunciou contra uma solução rápida, à custa da qualidade. Além disso, o documento deveria ser mais compreensível para o cidadão, acrescentou Topolanek. O presidente tcheco, Vaclav Klaus, também disse preferir que se dêem pequenos passos em direção à Constituição. Tal não seria possível em face do atual esboço, que ele considera "imprestável".
De forma demonstrativa, Klaus se encontrara com o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, em Varsóvia, na própria véspera da chegada da premiê alemã. Os dois chefes de Estado contam entre os mais ferrenhos "céticos da UE".
Consenso morno em Madri
Também nesta sexta-feira, representantes 20 países-membros da UE se encontraram em Madri, em mais uma tentativa de reavivar o debate sobre a Lei Fundamental, já congelado há um ano e meio.
Como resultado do encontro, 18 Estados se comprometeram retomar o processo, tendo como base o Tratado Constitucional, assinado em outubro de 2004, em Roma, por todos os então membros do grêmio.
Após o encerramento do encontro, o secretário de Estado espanhol para a UE, Alberto Navarro comentou: "A Constituição não é um problema da UE. Ela é, antes, a solução de uma série de problemas da Europa". Dos 27 membros da UE, 18 já ratificaram o Tratado Constitucional, entre os quais Alemanha e Espanha. Porém o "não" de holandeses e franceses interrompeu o processo de aprovação.