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Talidomida banida do mercado há 40 anos

Laís Kalka27 de novembro de 2001

Responsável por deformações em milhares de crianças que vieram ao mundo a partir de 1957, a substância ativa talidomida, contida em tranqüilizante, foi banida do mercado em 27 de novembro de 1961.

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A talidomida, ligada a um dos maiores escândalos da medicina no século 20, foi banida do mercado há exatamente 40 anos. Desde seu lançamento por um laboratório alemão, em 1957, em forma de um tranqüilizante vendido na Alemanha sob o nome de Contergan, haviam nascido no mundo inteiro 12 mil bebês com graves deformações físicas. Sem nenhuma contra-indicação na bula, o tranqüilizante fora ingerido por grávidas por seu efeito paliativo contra as náuseas típicas da gestação.

Um processo iniciado em 1967 contra a Química Grünenthal, localizada nas proximidades de Aachen, foi engavetado pelo Ministério Público em 1970, para surpresa geral. Em vez de condenada por lesão corporal, como se esperava, a empresa foi instada a pagar indenizações às vítimas no valor de 100 milhões de marcos mais juros.

As disputas jurídicas prosseguiram, até que o governo interveio e criou, em 1972, uma fundação financiada por recursos públicos e os milhões da Grünenthal, que paga pensões vitalícias às vítimas, variáveis de acordo com o grau de deformação.

No Brasil, onde a aplicação da talidomida voltou a ser autorizada, sob controles rígidos, pelos efeitos positivos no tratamento da hanseníase e outros males, multiplicam-se as notícias de bebês que vêm ao mundo com o corpo deformado.