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Bactéria agressiva

29 de maio de 2011

País já contabilizou mais de mil casos suspeitos ou confirmados de infecções pela bactéria Escherichia coli do tipo EHEC. Ao menos dez pessoas morreram.

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Infecção por bactéria EHEC pode causar lesões nos rinsFoto: picture-alliance/dpa

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, em Estocolmo (EDCD, na sigla em inglês) avalia que a causa das infecções com a bactéria Escherichia coli do tipo EHEC na Alemanha ainda se encontra ativa, já que o número de doentes no país continua aumentando.

Em relatório divulgado no sábado passado (28/05), a instituição afirma que o surto é incomum, já que a chamada síndrome hemolítico-urêmica (HUS, na sigla em inglês), provocada pela bactéria, está sendo registrada principalmente em adultos. A HUS é uma das piores consequências da infecção e é caracterizada por diarreia acompanhada de sangramento, podendo levar a graves lesões nos rins.

"Normalmente, a HUS é encontrada em crianças menores de 5 anos. Desta vez, 87% dos pacientes são adultos e, principalmente, mulheres (68%)", comunicou a instituição no sábado. Segundo o EDCD, o atual surto é um dos maiores da doença no mundo e o maior já ocorrido na Alemanha.

A doença provocada pela EHEC já causou dez mortes no país, sendo que nove das vítimas fatais são mulheres. De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), o número de casos de HUS subiu para 294, enquanto a cifra de pacientes infectados, mas que não apresentam complicações envolvendo risco de vida, ultrapassa mil.

Tchecos acham pepinos contaminados

As autoridades da República Tcheca detectaram a bactéria EHEC em pepinos de agricultura orgânica espanhóis comercializados no país, determinando, por isso, o recolhimento de 120 pepinos de agricultura orgânica da Espanha suspeitos de estarem contaminados. Os legumes eram provenientes do mesmo fornecedor espanhol que atendia ao mercado alemão, além de comerciantes na Áustria, Hungria e Luxemburgo.

Salatgurke
Pepinos da Espanha estão encalhados nos mercadosFoto: picture-alliance/dpa

Também na Áustria foi determinado o recolhimento de alguns pepinos espanhóis, além de tomates e berinjelas do produtor espanhol Frunet. Na Suécia, nas últimas duas semanas mais de que uma dúzia de pessoas foi internada após ser infectada pela EHEC. Elas haviam estado antes na Alemanha. Na Dinamarca, oito pessoas também foram hospitalizadas com sintomas semelhantes aos da infecção pela bactéria.

Espanhóis irritados

Agricultores espanhóis se dizem vítimas e acusam as autoridades alemãs de leviandade ao apontar mercadorias do país como fonte do surto. Agricultores no sul da Espanha jogaram carregamentos inteiros no lixo. O comércio de legumes espanhóis caiu drasticamente desde o surgimento da suspeita de que pepinos das províncias sulinas de Almería e Málaga seriam responsáveis pela transmissão das infecções intestinais na Alemanha e em outros países. Exportadores espanhóis reclamam de terem agora 200 toneladas do produto encalhadas.

"As encomendas da Alemanha foram praticamente 100% canceladas", reclamou Fulgêncio Torres, presidente da associação dos produtores de frutas e legumes na região espanhola de Andaluzia. Também tomates, abobrinhas e melões do sul da Espanha não encontram quase compradores na Alemanha, o maior cliente desses produtos. Analistas estimam que os prejuízos vão de 8 milhões a 10 milhões de euros por dia.

MD/dpa/rtr/ap
Revisão: Alexandre Schossler