Streaming pode salvar a indústria da música
12 de abril de 2016Um salto nos lucros obtidos com serviços de streaming em 2015 ajudou a reverter uma trajetória de 20 anos de declínio das receitas obtidas pela indústria da música, afirmou a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) nesta terça-feira (12/04).
Segundo a IFPI, que representa 1.300 gravadoras, as receitas obtidas com streaming aumentaram 45% em 2015, graças à propagação dos smartphones e à maior oferta de serviços de assinatura de alta qualidade. A arrecadação com formatos digitais superou as vendas físicas, correspondendo a quase metade do total.
"Após duas décadas de declínio quase ininterrupto, 2015 registrou marcos-chave: crescimento mensurável das receitas a nível mundial, explosão do consumo de música por toda parte, e receitas digitais superando os rendimentos de formatos físicos pela primeira vez", disse o executivo-chefe da IFPI, Frances Moore. "Eles [os marcos] refletem uma indústria que se adaptou à era digital e ficou mais forte e inteligente."
Bilhões de dólares a mais
As receitas digitais aumentaram 10,2%, para 6,7 bilhões de dólares, ajudando a compensar a queda na venda de CDs e de outros formatos físicos. No total, os lucros globais obtidos pela indústria da música cresceram 3,2%, para 15 bilhões de dólares.
De acordo com a IFPI, o streaming cresceu de tal maneira que está próximo a superar o faturamento com downloads, com estimadas 68 milhões de pessoas pagando por uma assinatura de um serviço de música, como o Spotify.
Apesar do aumento das receitas, a IFPI ponderou que "a explosão no consumo não está resultando numa remuneração justa para artistas e gravadoras". Segundo a federação, são necessárias mais leis para evitar que serviços estejam imunes à violação de direitos autorias pelo fato de os usuários postarem eles mesmos músicas e outros conteúdos.
LPF/rtr/dpa