Sonda chinesa inicia retorno à Terra
3 de dezembro de 2020A sonda espacial chinesa Chang’e 5 iniciou nesta quinta-feira (03/12) o retorno à Terra, trazendo amostras de rochas e do solo lunar, informou a agência estatal de notícias do país asiático Xinhua.
A sonda, que pousou na Lua na terça-feira, é a terceira enviada pela China ao satélite natural da Terra e a primeira a fazer a viagem de volta, sendo que esta deverá ser a primeira vez em 44 anos que uma nave trará à Terra amostras da superfície lunar.
As amostras foram recolhidas na superfície da Lua, com um braço robótico, e no subsolo, com uma broca que perfurou dois metros de profundidade para obter amostras variadas que podem datar de períodos muito diferentes. O módulo de pouso da Chang'e 5, que ficará na Lua, é ainda capaz de fotografar e mapear o subsolo da região em torno do local de pouso e analisar a existência de água ou minerais.
O material recolhido foi transferido para outro veículo, que decolou da Lua, e deve se acoplar a um módulo orbital. As amostras recolhidas deverão chegar à Terra numa cápsula, em meados de dezembro, na Mongólia.
A Chang’e 5 deverá pousar em uma pradaria no interior da Mongólia, onde as naves chinesas tripuladas Shenzhou costumam aterrar desde 2003, quando o país enviou seu primeiro astronauta no espaço.
A missão, batizada em homenagem à deusa lunar chinesa Chang'e, está entre as mais ousadas da China desde que o país colocou um homem no espaço, pela primeira vez, em 2003, tornando-se a terceira nação a fazê-lo, depois dos EUA e da Rússia.
Presença chinesa no espaço
Em 2019, a sonda chinesa Chang'e 4 foi a primeira a pousar no lado relativamente inexplorado da Lua, que não é visível a partir da Terra. Ela continua a fornecer medições completas da exposição à radiação da superfície lunar, que são vitais para qualquer país que planeje enviar astronautas para a Lua.
Em julho passado, a China tornou-se um dos três países a lançar uma missão a Marte para buscar sinais de água no planeta vermelho. As autoridades chinesas indicaram que a nave Tianwen 1 está em curso para chegar a Marte por volta de fevereiro.
Embora os EUA tenham seguido de perto os êxitos da China no espaço, é improvável que colaborem com o país, numa altura de crescentes tensões e desconfiança política, rivalidade militar e acusações de usurpação de tecnologia.
RC/ap/dpa