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Sete de Setembro tem segurança reforçada e temores de tensão

7 de setembro de 2022

Brasília e Rio adotaram medidas especiais para garantir segurança de celebrações que contarão com a participação de Bolsonaro. Às vésperas das eleições, presidente usa a data para tentar demonstrar força.

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Apoiadores de Bolsonaro antes das celebrações de 7 de Setembro no Rio de Janeiro
Apoiadores de Bolsonaro antes das celebrações de 7 de Setembro no Rio de JaneiroFoto: Andre Borges/AFP/Getty Images

Nesta quarta-feira (07/09), data em que se celebra o bicentenário da Independência, Brasília e Rio de Janeiro são palco de celebrações cívico-militares que devem se misturar a manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro – eventos que colocaram as duas cidades em estado de alerta de segurança.

A Força Nacional de Segurança Pública foi acionada para atuar em Brasília. Cerca de 280 mil pessoas eram aguardadas para assistir ao tradicional desfile militar na capital, com início às 9h. O esquema inclui barreiras de revista a pessoas, estando proibidos vários itens como armas, mastros de bandeira, vidros, sprays e apontadores de laser, entre outros.

Atiradores especiais e equipes antibombas foram deslocados para o local, e as forças de segurança monitoram as estradas que dão acesso à capital do país. A Cavalaria, o Batalhão de Policiamento com Cães e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também estão presentes.

Nos primeiros minutos desta quarta-feira as comemorações foram abertas oficialmente em Brasília com fogos de artifício verdes e amarelos junto à Torre de TV, área central do DF. O Ministério do Turismo afirmou que seriam 7 minutos de espetáculo, mas a queima de fogos durou apenas pouco mais de 2 minutos.

A Esplanada dos Ministérios, onde ocorre o desfile oficial do Exército, foi bloqueada para o trânsito já na segunda-feira à noite, para impedir o acesso de caminhões de apoiadores de Bolsonaro, um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Bolsonaro, participam do desfile os chefes de Estado de três países de língua portuguesa – os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; Cabo Verde, José Maria Neves e Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló –, o vice-presidente Hamilton Mourão e ministros do governo federal.

Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, foram convidados, mas não compareceram.

No Rio, evento é na orla

No Rio de Janeiro, para onde o presidente deve se deslocar durante a tarde desta quarta, após participar no desfile em Brasília, 1.855 policiais militares serão mobilizados para garantir a segurança, segundo autoridades locais.

A maioria deles ficará ao longo da Praia de Copacabana, onde o Tributo Cívico-Militar ao Bicentenário da Independência do Brasil, com  participação da Marinha e do Exército, está marcado para as 13h. Bolsonaro é aguardado a partir das 15h e deve assistir à aterrissagem de paraquedistas militares na praia e, possivelmente, proferir um discurso do alto de um carro de som. Não haverá desfile militar.

Uma motociata em apoio ao presidente deverá cruzar a orla sul antes de sua ida para Copacabana.

Demonstração de força

Não apenas Brasília e Rio, mas outras cidades do país reforçaram as estruturas de segurança para os desfiles e manifestações para o Dia da Independência, que desde a chegada de Bolsonaro ao poder se tornou um dia de demonstração de força política por parte da direita conservadora.

Há um ano, manifestantes pró-Bolsonaro, incluindo caminhoneiros, quebraram um cordão policial em Brasília e ameaçaram invadir o Supremo, alvo de ataques do próprio presidente na data.

Neste ano, o presidente pediu aos seus seguidores que saíssem às ruas "pela última vez" no 7 de Setembro. Foram espalhados pelas ruas de Brasília cartazes com os dizeres "É agora ou nunca".

Às vésperas da data, analistas previram, no entanto, que Bolsonaro fosse adotar um tom mais brando desta vez. O objetivo seria reduzir sua taxa de rejeição, que, a menos de um mês do seu embate nas urnas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está em 52%, segundo o Datafolha.

Ainda assim, a previsão é que o dia seja utilizado para uma demonstração de força política, especialmente nas celebrações em Brasília e no Rio de Janeiro.

Na segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin limitou temporariamente o alcance de decretos de Bolsonaro que facilitam o acesso a armas de fogo, apontando "risco de violência política" durante a campanha eleitoral.

 lf/md (Lusa, AP, ots)