Serviço secreto alemão teme aumento de ataques xenófobos
22 de outubro de 2015O Departamento Federal de Investigações (BKA, serviço secreto alemão) teme que novos ataques violentos aconteçam na Alemanha em meio à crise de refugiados, revela um documento interno divulgado pelo jornal Süddeutsche Zeitung e pelas emissoras NDR e WDR.
Segundo a análise do BKA, políticos e responsáveis por centros de acolhimento podem se tornar alvo de criminosos que agem por motivações xenófobas. A avaliação foi feita poucos dias depois de a então candidata à prefeitura de Colônia Henriette Reker ter sido vítima de um atentado a faca, no sábado passado. Ela foi eleita para o cargo no domingo.
O BKA afirma que a extrema direita alemã deverá acirrar a agitação social diante da atual política de asilo do governo federal. A cena extremista, que o serviço secreto chama de heterogênea, encontrou nesse tema um consenso ideológico, afirma.
O serviço secreto também não descarta que a extrema direita faça uso de outros meios para impedir a chegada de refugiados, como o bloqueio de trilhos de trem e de rodovias. Pessoas que, pela aparência, possam ser confundidas com um requerente de asilo, também podem ser vítimas de ataques.
Os ataques a abrigos de refugiados continuam aumentando na Alemanha, afirma o BKA. Nos primeiros três trimestres do ano foram registrados 461 atos atribuídos à extrema direita. Isso é mais que o dobro do registrado em todo o ano de 2014.
O BKA afirmou que 228 pessoas foram identificadas, e 14 delas foram responsáveis por dois ou até três ataques. A maioria tem entre 20 e 25 anos, e 167 moram na vizinhança do abrigo atacado. Outros 38 moram a no máximo 20 quilômetros de distância. Mais da metade dos identificados já eram conhecidos da polícia.
Em 42% dos casos, o ataque foi ação de apenas um indivíduo, e em 49%, de um grupo de duas a cinco pessoas. Segundo o serviço secreto, 34% dos suspeitos pertencem à cena de extrema direita da Alemanha.
AS/ots/dpa