Serviço memorial reúne muçulmanos e judeus em Auschwitz
9 de agosto de 2018O rabino alemão Henry Brandt e o presidente do Conselho Central dos Muçulmanos da Alemanha, Aiman Mazyek, discursaram na entrada do antigo campo de extermínio de Auschwitz durante uma cerimônia memorial realizada nesta quinta-feira (09/08) para lembrar as vítimas do nazismo.
"Nós prometemos que, com a nossa força, com a força da nossa fé, vamos trabalhar juntos para que Auschwitz nunca mais se repita", afirmou Mazyek.
De sua parte, Brandt afirmou: "Estou profundamente impressionado por muçulmanos e judeus estarem aqui juntos". Ele disse esperar que os jovens presentes aprendam lições para a vida com a sua visita.
A cerimônia foi o principal evento de uma viagem educacional organizada pelo Conselho Central dos Muçulmanos e pela União de Judeus Progressistas da Alemanha.
Refugiados muçulmanos da Síria e do Iraque e jovens judeus participaram do evento, que contou ainda com a presença dos governadores dos estados alemães da Turíngia e de Schleswig-Holstein, Bodo Ramelow e Daniel Günther.
A viagem aconteceu no contexto dos crescentes ataques antissemitas na Alemanha. Já anteriormente, Mazyek e o presidente da União dos Judeus Progressistas, Walter Homolka, instaram à reconciliação: "A coexistência de judeus e muçulmanos na Alemanha deve ser pacífica".
Gueto de Lodz
O serviço memorial foi realizado no 74º aniversário do início das deportações para Auschwitz, por parte de forças nazistas, de pessoas do gueto de Lodz, na Polônia.
O gueto de Lodz foi estabelecido pelos nazistas após a invasão da Polônia, em 1939. Ele foi transformado em centro industrial para suprimentos de guerra, sendo o segundo maior gueto na Europa ocupada pelos alemães, depois de Varsóvia.
Para Lodz, por volta de 40 mil pessoas foram deslocadas de suas regiões e de outras partes da Europa ocupada pelos nazistas.
As deportações começaram em 1942, e em agosto de 1944 os últimos homens, mulheres e crianças foram enviados para campos de concentração nazistas. Quando as tropas soviéticas chegaram à cidade polonesa, restavam apenas 877 judeus, escondidos no gueto.
Estima-se que 1,3 milhão de pessoas foram deportadas pelos nazistas para Auschwitz, onde cerca de 1,1 milhão vieram a morrer.
De acordo com registros históricos coletados pelo Museu de Auschwitz-Birkenau, apenas 196 presos conseguiram escapar.
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