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Servidores da Receita entregam cargos após corte de verbas

23 de dezembro de 2021

Cerca de 500 cargos no órgão foram colocados à disposição para demonstrar insatisfação com corte de verbas no setor e aumento de salário para polícias federais. Reajuste foi demanda do presidente Jair Bolsonaro.

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Parlamentares na Câmara dos Deputados em Brasília
Orçamento aprovado pela Câmara prevê reajuste para polícias federaisFoto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Mais de 300 servidores da Receita Federal se demitiram na quarta-feira (22/12) em protesto contra o orçamento aprovado esta semana pelo Congresso, prevendo reajuste de salário para polícias federais, enquanto os servidores do Fisco sofreram corte de verba.

Orçamento para 2022 prevê, entre outras coisas, R$ 1,7 bilhão para conceder aumento de salário a servidores, uma demanda do presidente Jair Bolsonaro, em aceno à sua base eleitoral a pouco menos de um ano da realização das eleições de 2022.

Embora o Orçamento não defina que categorias serão beneficiadas, o acordo é para dar aumento a policiais.

O protesto dos servidores da Receita já havia sido anunciado na segunda-feira (20/12) pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita, o Sindifisco.

Por meio de nota, o presidente da entidade, Kleber Cabral, afirmou que o corte orçamentário na Receita Federal será usado para custear o aumento dos policiais, enquanto os chefes de unidades da Receita não receberão um aumento devido por causa da não regulamentação de um bônus para o setor.

Embora os funcionários continuem no quadro da Receita desempenhando outras funções, cerca de 500 cargos de chefia ficarão vazios após a resignação dos oficiais, afirmou Cabral, que explicou que a entidade ainda não conseguiu consolidar todos os arquivos que chegaram de entidades regionais. O órgão deverá realizar assembleia para decidir se entra em greve geral, incluindo operações padrão na área aduaneira.

A debandada de tantos auditores poderá significar dor de cabeça para o governo no setor aduaneiro e também fiscal durante o movimentado período do Natal. As demissões também representam uma reprimenda ao orçamento politicamente sensível de Bolsonaro por servidores públicos federais antes de um ano de eleições considerado tenso.

md/rk (Reuters, DW, ots)