Separatistas e Azerbaijão acertam trégua no Nagorno-Karabakh
5 de abril de 2016Forças do Azerbaijão e as autoridades separatistas da região disputada de Nagorno-Karabakh anunciaram nesta terça-feira (05/04) terem fechado um acordo de cessar-fogo, válido a partir do meio-dia (horário local), depois de quatro dias de confrontos violentos na região.
Os combates opuseram forças do Azerbaijão e os rebeldes apoiados pela Armênia na região do Nagorno-Karabakh, que é oficialmente um território azeri, mas de facto uma república independente, com população majoritariamente armênia e que é apoiada pelo governo em Erevã.
Nesta segunda-feira, a retórica belicista continuava. O Azerbaijão se negava a ceder pontos estratégicos que reconquistou no sábado. Já a Armênia havia proposto o cessar-fogo, mas desde que os dois lados regressassem a suas posições de antes do conflito. Os termos finais do cessar-fogo não foram divulgados.
Os conflitos deixaram um número incerto de vítimas. O Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou que, apenas nas últimas 48 horas, 16 militares e quatro civis azeris foram mortos. Segundo a agência de notícias AFP, ao menos 64 pessoas morreram no confronto.
Os dois países assinaram um cessar-fogo em 1994, mas até hoje não chegaram a um acordo quanto ao estatuto da região, situada numa zona estratégica, entre o Irã, a Rússia e a Turquia. Desde então, a paz na região é instável, mas os conflitos dos últimos dias foram os piores desde o fim da guerra entre os dois países. Cada um dos lados afirma que o outro provocou o conflito.
O Grupo de Minsk, da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), programou para a tarde desta terça-feira uma reunião de emergência em Viena. O presidente armênio, Serj Sargsyan, pretende viajar nesta quarta-feira para Berlim, onde falará sobre o conflito com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.
A região do Nagorno-Karaback, um enclave do Azerbaijão habitado por uma maioria de cristãos armênios, separou-se deste país durante uma guerra no início dos anos 1990, mas continua sendo considerada internacionalmente parte do Azerbaijão, país de maioria muçulmana.
AS/lusa/dpa/efe