Senado francês aprova casamento gay
12 de abril de 2013O Senado francês aprovou nesta sexta-feira (12/04) uma lei que garante aos casais homossexuais o direito ao casamento e à adoção de crianças. Polêmico, o projeto provocou grande oposição e protestos de conservadores e grupos religiosos no país.
A votação ocorreu após dias de intensos debates. O projeto de lei ainda tem que retornar à Assembleia Nacional, câmara baixa do Parlamento francês, onde, em 12 de fevereiro, os deputados o aprovaram em primeira leitura. Um novo "sim" à lei é tido como certo.
Os senadores já haviam aprovado na quarta-feira, por 179 votos a favor e 157 contra, o primeiro artigo do texto, importante parte do projeto de lei, que concede a casais gays o direito de casar e adotar crianças.
A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, elogiou a votação no Senado, dizendo que ela reforça a sociedade francesa "concedendo o simples reconhecimento da cidadania plena a casais homossexuais."
Debates e tumultos
O projeto de lei provocou intensos debates em um país que é oficialmente secular, mas predominantemente católico. A polêmica mobilizou centenas de milhares de pessoas em toda a França em protestos pró e contra o casamento gay.
Em janeiro e em março, duas passeatas contra o casamento gay levaram, cada uma, 300 mil manifestantes às ruas, segundo números da polícia. Na segunda delas, houve tumulto, e a polícia foi obrigada a disparar gás lacrimogêneo contra os manifestantes, e dezenas de pessoas foram presas.
Líderes religiosos católicos, muçulmanos e judeus se declararam contra a lei. Os opositores disseram que vão organizar outro protesto em massa em Paris, em 26 de maio, em caso de aprovação da lei, para exigir sua anulação e um referendo sobre o tema.
Durante a campanha eleitoral, o presidente francês, François Hollande, defendeu o casamento homossexual e o direito de adoção por casais de pessoas do mesmo sexo. Apesar dos protestos, ele manteve seu apoio após eleito.
Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou lei legalizando o casamento gay. O país é o segundo na América do Sul a permitir a união de casais de mesmo sexo.
MD/dpa/afp