Senado aprova Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central
8 de junho de 2016O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (07/06) o nome do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central (BC). A indicação recebeu 56 votos favoráveis, 13 contrários e uma abstenção. Assim que a decisão for publicada no Diário Oficial da União, Goldfajn assume o cargo, substituindo Alexandre Tombini no comando da autoridade monetária.
Entre os senadores contrários, a maior parte era formada por parlamentares que se opõem à atual gestão do presidente interino Michel Temer e que compunham a base do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
O petista criticou a decisão de Temer de alterar o comando do BC antes que o processo de impeachment seja concluído. "É um absurdo que haja a modificação do presidente do Banco Central num governo interino. Em dois ou três meses, teremos o julgamento [do impeachment] no Senado. Se Dilma volta, teremos a alteração do presidente do BC novamente?", questionou Farias.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por outro lado, defendeu a nomeação de Goldfajn, lembrando que o nome do economista foi um dos poucos com alta convergência entre as indicações feitas por Temer em seu governo interino.
"A aprovação do seu nome por este Senado Federal, a meu ver, é uma sinalização extremamente positiva no caminho daquilo que é essencial na nossa política econômica e que havíamos perdido ao longo dos últimos anos: clareza de qual é o caminho que deveremos percorrer na condução do guardião da nossa moeda", disse Aécio no plenário.
O nome de Goldfajn foi indicado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em 17 de maio, assim que ele assumiu a pasta. O próximo passo seria uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, realizada mais cedo nesta terça-feira. A Comissão aprovou a nomeação do economista com 19 votos a favor e 8 contra, enviando a questão para votação no plenário da Casa.
Ao ser sabatinado, Goldfajn reafirmou que pretende atingir o centro da meta de inflação, hoje em 4,5%, "num momento não muito distante". Segundo ele, a baixa inflação é a chave para impulsionar o investimento e recuperar uma economia que vive a pior recessão de sua história.
Mestre pela PUC-RJ e doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Goldfajn foi diretor de política econômica do BC entre 2000 e 2003, na gestão de Armínio Fraga. Atuou como consultor de organizações internacionais (como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e ONU), do governo brasileiro e do setor privado. É o atual economista-chefe do Itaú-Unibanco.
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