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27 de julho de 2011

A um ano dos Jogos Olímpicos de Londres, quase 90% das obras estão concluídas e os custos estão dentro do orçamento disponível. Comitê de avaliação independente se diz satisfeito com a sustentabilidade do projeto.

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O Estádio Olímpico, construído para os Jogos de 2012Foto: dapd

A um ano dos Jogos Olímpicos de Londres, os organizadores garantem que está tudo sob controle para que o megaevento esportivo aconteça sem imprevistos. "Há muito que ser feito nos próximos 12 meses, mas trabalhamos com um enorme conforto com base no progresso feito até agora", comentou nesta quarta-feira (27/07) o presidente do comitê organizador, Seb Coe.

Segundo as fontes oficiais, o Parque Olímpico está com 88% das obras finalizadas. Localizado na região leste de Londres, o complexo tem nove instalações – como o estádio olímpico, a arena de basquete e o centro aquático – e foi especialmente construído para a competição. Outras 23 localidades espalhadas pela capital também abrigarão jogos. Algumas delas são tradicionais pontos turísticos, como o Hyde Park e o The Mall.

Shaun McCarthy, presidente da Comission For a Sustainable London 2012, órgão independente que tenta assegurar um programa sustentável de preparação para os jogos, avaliou de forma positiva os gastos. "Nós também olhamos para a sustentabilidade econômica, taxas de emprego, o quanto do dinheiro gasto irá de fato ser devolvido para a economia, e ficamos bastante impressionados."

Promessas e legado

A boa impressão se deve também às últimas cifras divulgadas. Com um orçamento de 9,6 bilhões de libras, as obras para as Olimpíadas devem custar em torno de 7,5 bilhões. O dinheiro público foi investido sob a justificativa de apoiar a regeneração econômica de áreas da cidade. Antes da total reconstrução, o leste de Londres não era uma região onde as pessoas quisessem morar e trabalhar.

Outros 2 bilhões de libras serão gastos durante os jogos, em rubricas como segurança e iluminação, por exemplo. Esse dinheiro é privado, vindo principalmente da venda de ingressos.

Quanto à sustentabilidade do projeto, McCarthy ressaltou: "Há sempre um monte de promessas em torno do tema, que são quase sempre esquecidas depois que um país vence a oferta." No caso de Londres, algumas promessas foram por demais ambiciosas, considerou. Como exemplo, ele citou o objetivo de não gerar lixo durante a competição de 2012. "É fácil de dizer, mas muito difícil de cumprir, principalmente quando há 7 milhões de pessoas participando dos Jogos."

O destaque que se enquadra na categoria sustentável e "barato" – custou 93 milhões de libras – vai para o velódromo. Pronta desde fevereiro, a instalação usou menos material que o previsto e custou menos que o orçado. "Todos os prédios do Parque Olímpico tinham a meta de serem 15% mais eficientes no uso de energia. O velódromo alcançou a incrível marca de 31%", destacou McCarthy.

Lições para o Rio

Até o momento, 3,5 milhões de tickets foram vendidos, e Londres já fala em competições completamente lotadas em 2012. O setor empresarial também comemora: 1.500 empresas inglesas já faturaram 5 bilhões de libras em contratos relacionados com os Jogos.

À próxima sede, o Rio de Janeiro, o melhor exemplo londrino seria a sustentabilidade social, opina o diretor do comitê independente. "O programa de preparação incluiu pessoas que estavam desempregadas e foram treinadas para trabalhar. Para elas, trata-se de uma mudança de vida e de oportunidade."

E quando os holofotes se vão e o megaevento chega ao fim, é preciso que os moradores da cidade-sede sintam que haja uma herança permanente. "O programa de Londres 2012 foi feito com a ideia de recuperar o leste de Londres, uma região muito desprivilegiada e mal vista da cidade. É para ser um legado, trazer uma nova vida, um local onde as pessoas queiram viver no futuro", disse McCarthy, dando um exemplo de questão extra-financeira que o Rio de Janeiro poderia observar.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Alexandre Schossler