'Não foi minha intenção'
2 de agosto de 2010No dia seguinte à polêmica tentativa de ultrapassagem no Grande Prêmio da Hungria, o piloto Michael Schumacher resolveu pedir desculpas a Rubens Barrichello. Apesar de terem atuado seis anos juntos na equipe da Ferrari, o máximo a que o piloto se dignou para reconhecer o erro para com o colega brasileiro foi publicar uma declaração no próprio site:
"É lógico que eu não queria colocá-lo em perigo com a minha manobra. Se ele teve essa sensação, então desculpe, essa não foi a minha intenção.", declarou o alemão nesta segunda-feira (02/07).
O piloto da Mercedes-Benz quase lançou Barrichello para o muro da pista enquanto disputava a 10ª posição. O brasileiro foi forçado a correr pela grama e ficou a poucos milímetros de atingir o muro, mas conseguiu manter sua colocação.
"O mesmo cara de sempre"
Após a manobra, Barrichello reclamou da atitude do alemão: "Vocês o conhecem: você pode falar com ele, mas ele sempre vai achar que está com a razão. Ele estava fora do esporte por três anos e continua o mesmo cara".
O resultado de sua manobra agressiva foi a perda de dez posições no próximo GP, que ocorre na Bélgica em 28 de agosto.
Schumacher reconheceu que exagerou e que a punição foi merecida: "Logo após a corrida, eu ainda estava no embalo do momento, mas depois de ver o incidente com o Rubens novamente, dei-me conta de que os comissários estavam certos em sua decisão. Minha manobra contra ele foi pesada demais,", admitiu o piloto na internet.
"Não sei se ele vai para o céu"
A manobra repercutiu em diversos jornais do mundo todo, assim como nas publicações alemãs. A edição desta segunda-feira do alemão Bild estampou a manchete: "Que vergonha, Schumi!"
Apesar das críticas, o chefe da equipe da Mercedes, Ross Brawn, defendeu o piloto. "Pode ter acabado parecendo perigoso, mas tenho certeza de que não foi a intenção de Michael. Ele estava defendendo sua posição. Não acho que nem por um momento ele viu Rubens e pensou: 'Vou esmagar ele!'"
Visivelmente desgostoso, o brasileiro ainda declarou ironicamente: "Gosto de uma disputa justa, mas não acho que tenha sido o caso. Foi uma manobra com um pouco de kart. Se ele quiser ir para o céu antes de mim – se é que ele vai para o céu, não sei se ele vai para lá... – mas se ele quiser ir antes de mim, para cima ou para baixo, não quero ir antes dele. Tenho sorte de estar aqui. Graças a Deus o muro terminava ali, porque só havia um suspiro entre as minhas rodas e ele."
JD/sid/dpa/ap
Revisão: Augusto Valente