Scholz rejeita limitar direito à greve na Alemanha
14 de março de 2024O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, rejeitou nesta quarta-feira (13/03) um apelo de lobistas para que a Alemanha estabeleça regras mais rígidas contra greves em setores de infraestrutura crítica, como o transporte ferroviário.
O país vive uma onda de greves desde o final do ano passado, que atinge ônibus urbanos, metrôs, bondes, trens regionais e de longa distância, além de e aeroportos.
Questionado no Parlamento se consideraria impor novas regras para limitar as paralisações, Scholz foi claro: "não".
"O direito à greve está na Constituição. E é um direito democrático pelo qual os sindicatos e os trabalhadores lutaram", disse o político social-democrata.
Scholz também ressaltou que a Alemanha "é provavelmente o país com menos greves na Europa".
Lobistas pressionam
Setores que vão dos transportes públicos à creche e à metalurgia revezaram-se nos últimos meses para realizar ações sindicais na Alemanha, à medida que as disputas sobre salários e condições de trabalho aumentam num momento de inflação elevada – algo pouco comum na Alemanha moderna.
Só esta semana, centenas de milhares de passageiros tiveram problemas em viagens devido a greves de maquinistas, de trabalhadores da companhia aérea alemã Lufthansa e pessoal de segurança nos aeroportos.
Lobistas e líderes da indústria da aviação alemã queixaram-se das inúmeras greves dos últimos meses, que causaram repetidos atrasos ou cancelamentos generalizados. Alguns dos principais lobistas da indústria apelaram a novas restrições governamentais às greves no setor dos transportes.
"Os aeroportos fazem parte da infraestrutura crítica e devem ser protegidos contra escaladas de greves", disse o líder da Associação Alemã de Aeroportos (ADV), Ralph Beisel.
O Ministro da Economia e vice-chanceler, Robert Habeck, do Partido Verde, expressou frustração com a sequência de greves.
"Cheguei ao fim do meu entendimento pessoal", disse na semana passada, acrescentando que "realmente tem que haver uma solução".
le (AFP, DPA)