Salsicha e ironia contra patente genética
10 de junho de 2002A reivindicação se estende a todos os embutidos com molho. Segundo Christoph Then, perito da Greenpeace, o requerimento visa mostrar "o que acontece, quando a lei de patentes não mais distingue entre descoberta e invenção".
A seu ver, isto se aplica às diretrizes da União Européia para patenteação de genes. Estas serão votadas até o fim da semana pelo Parlamento Federal alemão (Bundestag) e, caso aprovadas, haverá alteração da legislação nacional no sentido de comportá-las.
Uma semana de protestos
Então, as chances da Greenpeace de conseguir o monopólio da currywurst serão grandes, assegura Then. A organização poderá controlar e até bloquear qualquer tipo de comercialização do cachorro-quente germânico.
Ironia à parte, os ambientalistas chamam a atenção para o fato de que patentes para meras descobertas já foram concedidas anteriormente. Assim, a UE reconheceu, em 2000, a patente de uma variedade de milho já cultivada há séculos na América Latina. No ano seguinte foi patenteado um gene relacionado ao câncer mamário, conhecido há tempos.
Mas, por enquanto, os ativistas mostram-se generosos: eles montaram uma barraca de currywurst diante da sede do Departamento Europeu de Patentes em Berlim, onde distribuem amostras de salsicha aos passantes. Com esta ação, a Greenpeace abre a semana de protestos contra as patentes genéticas.