1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Tecnologia de informação

(ca)15 de março de 2007

A Rússia se destaca como "a nação inovadora" da CeBIT deste ano, a maior feira de tecnologia de informação do mundo, aberta em Hannover. O país também é um dos campeões mundiais em criminalidade na internet.

https://p.dw.com/p/A0e1
Rússia está presente na CeBIT com 150 expositoresFoto: AP

Mais de 400 mil visitantes são esperados na CeBIT, a maior feira de tecnologia de informação (TI) do mundo, que abriu suas portas nesta quinta-feira (15/03) em Hannover, com seis mil expositores provenientes de 77 países. O número de países expositores nunca foi tão alto como em 2007. A maioria provém da China e Taiwan.

Com 150 expositores, 70% a mais que no ano passado, a estrela deste ano é a Rússia, país homenageado pela CeBIT como "nação inovadora" da área de tecnologia de informação. Criminalidade, pirateadores e espionagem pela internet atrapalham, no entanto, a festa da Rússia, país que aposta alto nos ramos high-tech como saída para a dependência da exportação de matéria-prima.

Revolução tecnológica

Wladimir Putin chattet im Internet vor G8 Gipfel in Sankt Petersburg
Putin na internetFoto: AP

"Viva os microchips soviéticos, os maiores microchips do mundo" – não faz 20 anos que os próprios russos faziam piadas com seu atraso na área de tecnologia de informação. Desde então, o país deu um salto e gigantes do mercado, como Intel, IBM ou HP, empregam milhares de especialistas em sofware russos.

Segundo o vice-premiê russo, Serguei Naryshkin, até o momento, dois terços das exportações russas derivaram da exportação de produtos primários. O boom da economia russa dos últimos anos provém, quase que exclusivamente, dos preços recordes de combustíveis e outras matérias-primas.

Por esta razão, já há muito que Vladimir Putin insiste na diversificação da economia local. "A tecnologia de informação será a nossa próxima riqueza", afirmou o ministro das Comunicações e Tecnologia de Informação da Federação Russa, Leonid Reiman. O país fomenta zonas econômicas especiais.

Compra e venda

Produktion von TFT panels bei Kwant in Russland
Russos deram salto tecnológicoFoto: picture-alliance/dpa

A Rússia se destaca, atualmente, não somente como país produtor, mas também como mercado consumidor de TI. Segundo a Bitkom, associação alemã das empresas do setor, cerca de 10 mil postos de trabalhos na Alemanha dependem das exportações para a Rússia, onde desde 2000, o mercado de TI cresce, anualmente, cerca de 20%. Por outro lado, calcula-se que, em 2007, as exportações de softwares russos renderão 1,5 bilhão de euros ao país.

Depois dos Estados Unidos, é na Rússa que o fabricante de processadores Intel emprega o maior número de engenheiros. A emigração dramática de especialistas dos anos de 1990 parou, e muitos programadores russos voltam para sua pátria.

Principalmente na área de tecnologia de softwares de segurança, produtos russos são bem aceitos no mercado internacional. Fundada em 1997, a companhia russa Kasperky Lab tornou-se, rapidamente, líder mundial em softwares de segurança da informação, segundo informações da própria companhia.

Vírus, hackers e spam

Na Rússia, o tema segurança também tem seu lado obscuro. O país goza de fama internacional por pouco empreender contra pirateadores de softwares e hackers de computadores. Em Moscou, a Interpol informou que, somente no ano passado, criminosos russos roubaram cerca de 50 milhões de euros de contas bancárias do Ocidente. Segundo especialistas, boa parte dos assim chamados phishing mails provém da Rússia.

Dossier E-Mail Spam Bild 2
Boa parte dos spams provêm da RússiaFoto: picture-alliance/dpa

Um prejuízo ainda maior sofre a indústria musical do Ocidente: portais russos oferecem músicas que podem ser baixadas da internet por quantias desprezíveis, declarando legalmente, ainda por cima, que elas são de direito autoral russo. Apesar disso, Oleg Biashov, chefe de estratégia de IT do Ministério das Comunicações da Rússia, declarou orgulhosamente que "nós conseguimos baixar a porcentagem de cópias piratas de 90% para 60%".

Uma grande parcela dos indesejáveis spams também provém da Rússia. Em fevereiro último, o jornal britânico Sunday Times apresentou aos seus leitores o programador russo Lev Kuvaiev, considerado o "mestre do império global de spams". Ele também seria um exemplo da globalização russa: o moscovita de 34 anos estudou nos EUA, voltando mais tarde para seu país, onde pode desenvolver suas maquinações na web.