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Rússia acusa DW de incitar protestos

Elizabeth Schumacher cn
5 de agosto de 2019

Moscou reage à declaração da Deutsche Welle que condenou detenção de correspondente que cobria uma manifestação. Acusações ocorrem em meio à onda de repressão contra protestos da oposição.

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Centenas de manifestantes foram presos no último protesto em Moscou em 3 de agosto
Centenas de manifestantes foram presos no último protesto em Moscou no sábadoFoto: picture-alliance/ZUMAPRESS/V. Kruchinin

O Ministério do Exterior da Rússia acusou nesta segunda-feira (05/08) a Deutsche Welle de interferência nos assuntos de Moscou, alegando que a redação russa da empresa de comunicação internacional da Alemanha estaria sendo usada para promover agitação contra o governo do país.

"As redes sociais da DW Rússia estavam sendo usadas para convocar manifestantes para protestos ilegais", afirmou a porta-voz do Ministério do Exterior russo, Marija Sachrova.

A DW rejeitou as acusações e afirmou que elas estão relacionadas à prisão do correspondente da redação russa Sergey Dik no final do mês passado.

Moscou tem reprimido com violência protestos que exigem a inscrição dos candidatos da oposição nas eleições à Assembleia Legislativa da capital russa, em 9 de setembro. Somente no último sábado cerca de 800 manifestantes foram detidos numa manifestação não autorizada na capital do país.

Ao cobrir um protesto da oposição em 27 de julho, o correspondente da DW Sergey Dik foi detido por policiais junto com manifestantes. Quando ele mostrou as credenciais de imprensa para os agentes de segurança, ouviu apenas que o documento era inútil. Depois de ser levado para uma delegacia em Moscou, ele foi liberado mais tarde no mesmo dia.

Em resposta à prisão de Dik, em comunicado, a DW condenou "obstrução arbitrária do trabalho de um jornalista credenciado" e pediu explicação. Essa declaração levou então Sachrova a acusar a DW de incitar os protestos.

Sem indicar um incidente específico ou citar alguma reportagem ou mensagem publicada nas redes sociais do serviço russo como evidência, Sachrova afirmou que devido à suposta incitação Dik não estaria mais atuando como jornalista e, portanto, não deveria usufruir da proteção concedida à imprensa.

O diretor-geral da DW, Peter Limbourg, afirmou nesta segunda-feira que essa desculpa é inaceitável e ressaltou que "quando jornalistas que estão reportando um protesto são declarados participantes, não é apenas uma violação flagrante da liberdade de imprensa, mas também traduz o comportamento de um Estado policial".

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