Reunificação é responsável pelo baixo crescimento na Alemanha
24 de maio de 2002O fraco crescimento econômico na Alemanha, em comparação com outros países europeus é, principalmente uma conseqüência da reunificação. A essa conclusão chegou a Comissão Européia, conforme informe divulgado nesta sexta-feira (24), em Bruxelas.
Segundo o documento, a incorporação dos territórios da antiga Alemanha Oriental, de regime comunista, é responsável por 75% da discrepância no crescimento do país, em relação à taxa média na UE. O restante do "atraso" deve ser atribuído a questões estruturais. A que mais constitui um empecilho ao crescimento é a estrita regulamentação do mercado de trabalho, daí a importância de providências nesse setor.
O estudo analisou as decisões de política econômica e social desde a unificação das duas Alemanhas. Critica, por exemplo, os excessos no programa de incentivo à reforma e construção de prédios e casas no leste alemão, um boom que culminou em várias falências. Diante da grande quantidade de apartamentos vazios, foram desperdiçados valiosos recursos.
Fatores que impediram o crescimento
Entre os fatores que inibiram o crescimento, o parecer cita, em primeiro lugar, as altas dívidas estatais, às quais seguiram-se aumentos de impostos, taxas e contribuições sociais. Por razões políticas, permitiu-se que os salários aumentassem mais do que a produtividade no leste da Alemanha, o que também contribuiu para o colapso do mercado de trabalho.
Em vários outros aspectos, contudo, a economia alemã esteve exposta a condições semelhantes às dos outros países. A Comissão Européia ressalta principalmente a regulamentação do mercado de trabalho alemão, queixando-se da falta de esforços com vistas a maior flexibilidade. O atual governo não apenas invalidou tímidas tentativas do anterior nessa direção, como acrescentou novas regulamentações às já existentes.