Reino Unido vai isolar viajantes em hotéis
27 de janeiro de 2021O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, confirmou nesta quarta-feira (27/01) que seu país vai impor uma quarentena de dez dias – a ser cumprida em hotéis selecionados pelo governo – aos viajantes procedentes do Brasil e outros países sul-americanos, Portugal e África do Sul devido às novas variantes do coronavírus.
Paralelamente, o governo vai proibir que os britânicos viajem ao exterior sem um motivo válido – viagens de lazer estão descartadas.
Na Câmara dos Comuns, o líder conservador explicou que, para diminuir o risco de contágio, qualquer pessoa que não puder ter a entrada negada no país – como os cidadãos britânicos –será isolada "sem exceção" em alojamentos disponibilizados pelo governo durante dez dias após a chegada. A Nova Zelândia impõe um sistema parecido desde abril de 2020, alojando e isolando em hotéis do país por duas semanas viajantes que chegam do exterior.
A conta do alojamento britânico deverá ser paga pelos viajantes. Segundo estimativas da imprensa britânica, a fatura pode ficar entre 1.000 e 1.500 libras (R$ 7.400 e R$ 11.100).
As autoridades britânicas devem escoltar essas pessoas nos aeroportos ou portos para que sejam transferidas aos alojamentos.
Os voos diretos com os países sul-americanos, assim como com Portugal e África do Sul, já estão proibidos desde meados de janeiro, mas os viajantes com cidadania britânica ainda podem voltar ao país por rotas indiretas.
O Reino Unido é o país europeu mais castigado pela pandemia e nesta semana superou a marca de 100 mil mortes associadas à covid-19.
Viagens, só com justificativa
O governo também proibiu que os habitantes do Reino Unido saiam do país sem uma razão válida.
"Quero esclarecer que, em virtude das regulações para ficar em casa, é ilegal sair para viajar ao exterior por lazer. Perguntaremos às pessoas nos portos e aeroportos porque estão de partida e ordenaremos o seu regresso à casa se não tiverem uma razão válida para viajar", advertiu Johnson.
No discurso, o premiê destacou também que existem "provas" de que as vacinas contra a covid-19 que estão sendo administradas ainda são "eficazes" contra a nova cepa detectada no país, aparentemente mais transmissível.
"Posso garantir que todas as evidências atuais mostram que as vacinas que estamos fornecendo continuam sendo eficazes contra a nova variante identificada em Londres e no sudeste do país", disse Johnson.
Sobre esse ponto, acrescentou que o país está "no bom caminho para atingir o objetivo de oferecer uma primeira dose (da vacina) a todos dos quatro grupos prioritários até meados de fevereiro.
Escolas fechadas
Johnson também mencionou o atual fechamento das escolas – que estão com as portas fechadas para a maioria dos estudantes, exceto para os filhos de trabalhadores de serviços essenciais e crianças vulneráveis – e a sua eventual reabertura.
O premiê se mostrou confiante de que as salas de aula poderão voltar a funcionar depois do dia 8 de março.
"Se alcançarmos o nosso objetivo de vacinar todas as pessoas dos quatro grupos mais vulneráveis com a primeira dose antes de 15 de fevereiro, e a cada dia que passa vemos mais progressos rumo a esse objetivo, estes grupos terão desenvolvido imunidade ao vírus cerca de três semanas depois, ou seja, 8 de março", argumentou.
jps/cn (efe, afp)