Reino Unido e França apelam à UE por crise migratória
2 de agosto de 2015O Reinou Unido e a França lançaram neste domingo (02/08) um apelo aos países da União Europeia (UE) para que ajudem a lidar com a crise migratória em Calais, onde milhares de pessoas tentam fazer a travessia ilegal do Canal da Mancha até a Inglaterra.
A cidade, no norte da França, se tornou o destino de um fluxo de grandes proporções de migrantes que fogem da pobreza e violência em seus países de origem no Oriente Médio e na África.
Nas últimas noites, diversas tentativas de atravessar o Eurotúnel, que liga a França à Inglaterra, foram feitas por muitos dos cerca de 5 mil migrantes que se encontram em Calais. Estima-se que, desde junho, no mínimo dez pessoas perderam suas vidas nessas arriscadas tentativas.
"Não há soluções fáceis, e não cabe ao Reino Unido e à França resolver esses problemas isoladamente", diz uma declaração conjunta da ministra britânica do Interior, Theresa May, e seu homólogo francês, Bernard Cazeneuve, publicada neste domingo nos jornais Sunday Telegraph e Journal Du Dimanche.
"Muitos dos que estão em Calais e tentam atravessar o Canal da Mancha fizeram seus caminhos através da Itália, Grécia e outros países. Por esse motivo, pedimos aos demais Estados-membros – e a UE como um todo – que lidem com esse problema a partir de sua origem", diz a declaração. Os ministros também ressaltaram que uma solução em longo prazo deverá envolver ainda uma estratégia para convencer os migrantes de que "nossas ruas não são pavimentadas com ouro".
Segurança reforçada
O pedido de May e Cazeneuve veio após o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente françês, François Hollande, estabelecerem, na última sexta-feira, medidas adicionais de segurança na tentativa de resolver a situação, que causou prejuízos ao transporte de bens entre os dois países.
O gabinete de Cameron afirmou que o Reino Unido irá financiar um aumento significativo no número de agentes de segurança privada que patrulham a entrada francesa do Eurotúnel, onde serão instaladas novas cercas, câmeras de segurança e detectores infravermelhos. As autoridades francesas aumentaram o número de policiais no local.
Essas medidas, segundo a declaração conjunta dos dois ministros, enviam um "sinal claro" de que "nossas fronteiras estão protegidas e não há entrada fácil para o Reino Unido".
May e Cazeneuve ressaltaram que enfrentar essa situação "é prioridade máxima dos governos britânico e francês. Estamos comprometidos e determinados a resolvê-la em conjunto".
RC/rtr/afp/dpa