Quinze anos depois, caso Madeleine tem novas provas
4 de maio de 2022Investigadores alemães envolvidos no caso do desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann há 15 anos disseram ter encontrado novas evidências contra o principal suspeito.
"As investigações estão ainda em andamento, e acredito termos encontrado fatos novos e algumas novas provas – não provas forenses, mas provas", afirmou nesta terça-feira (03/05) o promotor da cidade alemã de Braunschweig Hans Christian Wolters, à emissora portuguesa CMTV.
O suspeito é um homem de nacionalidade alemã que cumpre pena por outros crimes. "Temos certeza de que ele é o assassino de Madeleine McCann", disse Wolters, sem fornecer maiores detalhes sobre o caso ou sobre as buscas realizadas em um furgão que pertencia ao suspeito. "Ele não tem um álibi."
Madeleine tinha três anos quando desapareceu de um apartamento alugado por sua família em um resort de férias da Praia da Luz, em Portugal, em 3 de maio de 2007. Inicialmente, os promotores portugueses chegaram a investigar os pais da criança, mas eles acabaram sendo inocentados.
Seu desaparecimento gerou uma caçada internacional e atraiu enorme atenção da imprensa. A imagem da menina foi amplamente divulgada em jornais e redes de televisão
No mês passado, o Ministério Público de Faro, no sul de Portugal, informou que um alemão foi formalmente identificado como suspeito do desaparecimento da menina britânica. Ele já fora identificado em 2020 como potencial suspeito.
Suspeito preso por tráfico na Alemanha
A polícia alemã recebeu sua primeira denúncia ligando o suspeito ao caso em 2013, depois que os pais da menina apareceram em um programa nacional de crimes não resolvidos para pedir ajuda.
Em 2020, as autoridades alemãs disseram que tinham razões para crer que ele havia matado Madeleine, e o declararam formalmente suspeito, a pedido de Portugal. A investigação foi realizada com a cooperação de autoridades britânicas e alemãs.
O suspeito foi identificado como um abusador de crianças condenado por tráfico de drogas. Ele cumpre uma pena de sete anos de prisão em Oldenburg, no norte da Alemanha, pelo estupro em 2005 de uma americana de 72 anos na Praia da Luz.
Documentos judiciais mostram que ele viveu no Algarve entre 1995 e 2007, onde assaltava hotéis e apartamentos. Ele teria falsificado passaportes e chegou a ser pego roubando diesel num porto português. Segundo as investigações alemãs, registros telefônicos identificaram o suspeito próximo ao hotel onde Madeleine desapareceu.
Há 15 anos em busca de respostas
Seu advogado, Friedrich Fülscher, disse ao jornal alemão Bild no mês passado que desaconselhava a "superestimação" de seu cliente, caso ele fosse formalmente designado como suspeito.
"Sem conhecer detalhadamente a situação jurídica portuguesa, assumo que esta medida é um truque processual para evitar a prescrição iminente em poucos dias", disse o advogado.
Em Portugal, a prescrição para esse tipo de crime é de 15 anos. No caso do desaparecimento de Madeleine, o processo teria prescrito em 3 de maio.
Nesta terça-feira, os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, lembraram o 15º aniversário do desaparecimento de sua filha. "Nossa necessidade por respostas, pela verdade, é essencial", disseram.
rc (AFP)