Chama apagada em Paris
7 de abril de 2008Milhares de manifestantes pró-Tibete causaram inúmeros incidentes e interromperam várias vezes nesta segunda-feira (07/04) a jornada da chama olímpica pelas ruas de Paris, levando a polícia francesa a apagar momentaneamente a tocha e por fim a suspender o revezamento.
As forças de segurança interromperam a jornada logo após o seu início, na Torre Eiffel, e conduziram a tocha apagada para dentro de um ônibus, onde ela foi reacesa. A tocha foi apagada por razões técnicas, disse a polícia. De acordo com a agência de notícias dpa, ela teria permanecido assim por cerca de 20 minutos.
Em seguida, o revezamento pelas ruas de Paris, que naquele momento havia alcançado a margem esquerda do Sena, próximo à Torre Eiffel, foi retomado. Mas, durante o trajeto, a tocha foi novamente apagada e colocada num ônibus pela polícia por causa dos protestos dos manifestantes, que pediam o fim da violência e denunciavam a violação dos direitos humanos na província chinesa do Tibete.
Revezamento suspenso
Ativistas também subiram ao primeiro andar da Torre Eiffel, onde estenderam uma bandeira na qual os cinco anéis olímpicos apareciam representados por algemas. Ao menos oito pessoas foram detidas pela polícia por causa dos tumultos.
Devido aos inúmeros incidentes, a polícia resolveu suspender o revezamento da tocha pelas ruas de Paris na altura da Assembléia Nacional. De lá, a chama foi conduzida num ônibus até o ponto final do trajeto, o estádio Charlety, no sul da cidade. Em torno de 3 mil policiais participaram do esquema de segurança, semelhante ao utilizado em visitas de chefes de Estado.
Protestos aconteceram também no domingo em Londres, onde manifestantes tentaram apagar a chama olímpica e entraram em conflito com a polícia. Ao menos 35 pessoas foram presas.
Paris é a última estação européia da chama olímpica, que deixou a capital francesa nesta segunda-feira rumo a São Francisco, nos Estados Unidos. A tocha voltará à China no início de maio.
Contra o boicote
Em Pequim, a Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC) confirmou nesta segunda-feira que todos os seus 205 integrantes enviarão equipes aos Jogos de Pequim. Mas o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, exigiu do governo chinês que encontre o mais rápido possível uma solução pacífica para o conflito no Tibete.
A reação do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim às palavras de Rogge foi imediata. A porta-voz Wang Hui afirmou que os Jogos Olímpicos devem, na condição de grande evento esportivo, "ser mantidos longe da política". Segundo ela, isso vale também para o revezamento da chama olímpica.