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Prostitutas fazem ato por reabertura de bordéis

12 de julho de 2020

Cerca de 400 profissionais do sexo de todo país fazem protesto em Hamburgo, pedindo reabertura dos estabelecimentos, fechados há mais de três meses. Entidade de classe diz que locais podem adotar medidas de segurança.

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Mulher mascarada e de sutiã vermelho levanta cartaz em beco iluminado por luz vermelha
Protesto em bairro da luz vermelha: "Um pedaço de Hamburgo está morrendo. Ajude-nos a salvar nossa vizinhança"Foto: picture-alliance/rtn/F. Bründel

Cerca de 400 prostitutas e donos de estabelecimentos de prostituição de toda a Alemanha, conforme estimativa da polícia, fizeram um protesto no distrito da luz vermelha de Hamburgo no final da noite deste sábado (11/07) exigindo a reabertura dos bordéis na Alemanha após mais de três meses de fechamento para conter a propagação do coronavírus.

Com lojas, restaurantes e bares abertos novamente no país, onde a prostituição é legal, as profissionais do sexo dizem que estão sendo discriminadas e privadas de seus meios de subsistência, apesar de não representarem um maior risco para a saúde. 

"A profissão mais antiga precisa da sua ajuda", dizia um cartaz empunhado por uma mulher em uma janela de bordel na Herbertstrasse, rua que voltou a ser iluminada com luz vermelha depois de ter estado no escuro desde março.

Pessoas marcaradas seguram cartazes em rua com luz vermelha
"Também há existências dependendo de trabalho sexual", diz cartazFoto: picture-alliance/dpa/M. Scholz

Algumas manifestantes usavam máscaras teatrais enquanto outra tocava um violino numa rua que faz esquina com a Reeperbahn, via de Hamburgo famosa por sua vida noturna.

A Associação de Profissionais do Sexo, que organizou o protesto, diz que o fechamento de instalações licenciadas está forçando algumas prostitutas a trabalhar nas ruas, que é uma forma ilegal e muito mais perigosa e anti-higiênica de trabalhar.

A entidade afirma que os bordéis poderiam incorporar facilmente medidas de segurança contra a pandemia adotadas por outras indústrias, incluindo máscaras protetoras, melhor ventilação das instalações e registro dos dados para contato dos visitantes.

"A prostituição não apresenta maior risco de infecção que outros serviços que requerem proximidade física, como massagens, cosméticos ou mesmo dança e esportes de contato", argumenta a associação através de nota. "A higiene faz parte do negócio da prostituição."

Mulher toca violino em janela aberta de rua da luz vermelha
"Quartos de bordel não são eventos em massa"Foto: picture-alliance/rtn/F. Bründel

Há semanas que representantes da classe apelam pela reabertura dos bordéis na Alemanha. Em alguns países vizinhos, serviços eróticos e sexuais já são permitidos novamente, como é o caso na Suíça, Bélgica, Áustria, República Tcheca e Holanda.  

"Na Suíça, a prostituição é permitida novamente há quatro semanas, e desde então, nenhum caso de coronavírus foi registrado no país relacionado a visitas a bordeis", diz Johanna Weber, da Associação Nacional de Prestação de Serviços Eróticos e Sexuais. Ela trabalha há 27 anos como prostituta em Hamburgo.

Não há números confiáveis ​​sobre quantas pessoas trabalham na indústria do sexo na Alemanha. Cerca de 32.800 pessoas se registraram oficialmente até o final de 2018, no âmbito da lei alemã de proteção a profissionais do sexo. Segundo estimativas, elas seriam são cerca de 400 mil.

MD/rtr/dpa

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