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Propaganda eleitoral via SMS

Klemens Vogel (gh)31 de maio de 2004

Marketing político por telefone celular avança na Europa. Partido alemão oferece serviço de mensagem de texto gratuito na campanha para a eleição do Parlamento Europeu.

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SPD quer conquistar votos de jovens por meio de telefone celularFoto: presse

Os tradicionais comícios eleitorais estão cedendo lugar aos modernos meios de comunicação na sociedade da informação. Em vez dos discursos e aplausos em praças públicas e barracas de cerveja, cenas comuns nos períodos pré-eleitorais na Alemanha, ouve-se cada vez mais um outro ruído: o "bipe" ou tom de alerta do SMS (serviço de mensagens de texto).

Os pioneiros no uso desse serviço de telefonia celular na caça aos votos na Europa foram os ingleses. Em 2001, os partidos Conservador e Trabalhista testaram pela primeira vez a campanha eletrônica via SMS. Em 2002, a Electoral Comission, órgão da Justiça Eleitoral britânica, lançou a campanha "Votes Are Power", que incentivava pessoas entre 18 e 24 anos a participar das eleições. Para atingir esta faixa de público, a campanha apostou exatamente nos meios de comunicação mais usados pelos jovens ingleses: a internet e o serviço de mensagens de texto.

Em abril de 2004, as campanhas via telefone celular causaram furor nas Filipinas. Os candidatos às eleições presidenciais foram praticamente obrigados a semear suas mensagens entre os 200 milhões de SMS enviados no país diariamente, para conquistar os votos do eleitor jovem. As assim chamadas "brigadas de texto" espalharam por computador slogans como "Don't vote Gloria" (referindo-se à presidente Gloria Macapagal Arroyo).

Com o patrocínio do SPD

Na Alemanha, o primeiro partido a reconhecer os sinais dos tempos eletrônicos parece ser o SPD. Na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, o Partido Social Democrata oferece um serviço gratuito de SMS aos usuários de internet no site www.europakampa.de. A mensagem pessoal termina com um slogan eleitoral: "Por uma Europa jovem! Em 13 de junho, vote SPD". A previsão é de que centenas de milhares de SMS gratuitos serão usados para mobilizar os simpatizantes do partido.

Para evitar que as mensagens sejam confundidas com "spam" - publicidade selvagem que soterra os correios eletrônicos, o SPD adota a seguinte estratégia: simpatizantes do partido enviam mensagens pessoais a parentes e conhecidos e, ao mesmo tempo, demonstram sua identificação com os objetivos da legenda. "Uma solução elegante, se funcionar", dizem os analistas de publicidade eleitoral.

Como os partidos ingleses em 2001, também o SPD está de olho no eleitorado jovem, difícil de ser atingido pela campanha de rua. A principal mensagem, neste caso, é o próprio meio. "Nós sabemos como os novos meios de comunicação são usados", diz o assessor de imprensa do SPD, Christian Arns. Ele espera que a "boa nova" se espalhe rapidamente nas comunidades da rede.

Os filipinos já estão um passo adiante: sem a paixão popular pelo SMS, canalizada para a organização de grandes protestos, o presidente José Estrada, provavelmente, não teria sido derrubado em 2001.

Comunicação de guerrilha

Os publicitários do SPD apostam no "efeito bola de neve" desse tipo de campanha. Assim que as primeiras propagandas social-democratas circularem de celular para celular, o sistema desenvolverá uma dinâmica própria. A brincaderia ajudaria o partido a ser assunto de conversa, sem provocar polêmica, já que a mensagem foi adaptada ao caráter do meio. A resposta funciona num esquema de comunicação de guerilha.

Em 2002, desconhecidos descobriram o número do telefone do premiê Tony Blair e o enviaram milhares de vezes via SMS, pedindo uma ligação de volta. A linha telefônica da Downing Street 10 entrou em colapso e o premiê britânico foi obrigado a usar outra linha.