Procurador-geral dos EUA renuncia
7 de novembro de 2018O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (07/11) a pedido do presidente americano, Donald Trump. A relação entre os dois estava estremecida há pouco mais de um ano, desde que Sessions se afastou da investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais.
"A seu pedido, envio minha renúncia", afirmou Sessions, na carta de demissão encaminhada a Trump. No documento, o procurador-geral não fez críticas ao presidente e agradeceu a seus funcionários.
Em sua conta no Twitter, Trump anunciou a renúncia e comunicou que Sessions seria substituído interinamente por seu chefe de gabinete, Matthew G.Whitaker. Ele agradeceu ainda o antigo procurador pelo serviço prestado.
"Agradecemos ao procurador-geral Jeff Sessions pelo seu serviço e o desejamos o bem. Um substituto permanente será nomeado em uma data posterior", escreveu o presidente.
A relação entre Trump e Sessions ficou tensa, com altos e baixos há mais de um ano, depois de o procurador-geral se afastar das investigações sobre a suposta interferência de Moscou nas eleições presidenciais que deram a vitória ao republicano.
O afastamento de Sessions possibilitou a nomeação do procurador especial Robert Mueller para comandar as investigações do caso de forma independente. O presidente nunca aceitou o passo dado por Sessions, que levou o "número dois" do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, a assumir as investigações e nomear Mueller.
Em agosto, Trump denunciou que "Jeff Sessions se afastou, algo que não deveria ter feito ou que deveria ter dito".
"Aceitou o trabalho e depois disse: 'Vou me separar (da investigação sobre a Rússia)'. Que tipo de homem é esse?", disse Trump na época.
Sessions foi um conselheiro próximo de Trump durante a campanha eleitoral e foi indicado para assumir o Departamento de Justiça logo depois da vitória do republicano. Depois de ser aprovado para o cargo pelo Senado, ele foi acusador de mentir na audiência ao omitir contatos que teve com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, duas vezes antes das eleições, quando atuava como assessor da campanha.
Em agosto, as investigações de Mueller resultaram, ao menos em parte, na condenação do ex-chefe da campanha de Trump Paul Manafort por cinco acusações de sonegação fiscal, três de fraude bancária, uma por não informar contas bancárias no exterior e duas por mentir para obter empréstimos.
O inquérito também fez com Michael Cohen, ex-advogado do presidente, confessasse ser culpado em oito acusações, incluindo a de ter comprado o silêncio de duas mulheres que supostamente tiveram relações sexuais com Trump, a pedido do então candidato à presidência.
CN/efe/rtr/ap
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