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Previdência registra maior déficit desde 1995

27 de janeiro de 2017

Em 2016, rombo aumenta 74,5% em relação ao ano anterior, chegando a quase 150 bilhões de reais. Para 2017, previsão é de déficit ainda maior, mesmo que reforma for aprovada.

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Foto: picture-alliance/dpa/Arno Burgi

 A Previdência Social registrou um déficit de 149,73 bilhões de reais em 2016, o pior patamar verificado desde 1995, divulgou o governo nesta quinta-feira (26/01). O rombo aumentou 74,5% em relação ao ano anterior, quando havia sido de 85,81 bilhões de reais.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit passou de 1,5% em 2015 para 2,4% no ano passado. O rombo real da Previdência, descontada a inflação, foi de 151,9 bilhões de reais.

De acordo com o Ministério da Fazenda, em 2016, as despesas previdenciárias somaram 507,9 bilhões de reais, o equivalente a 8,2% do PIB. As receitas totalizaram 358,1 bilhões de reais, ou 5,8% do PIB.

Leia mais: O que está em jogo na reforma da Previdência

Após sete anos de superávits, a Previdência urbana encerrou 2016 com déficit de 46,8 bilhões de reais. Enquanto a arrecadação caiu 6,5%, os gastos com pagamento de benefícios cresceram 7,4% em relação a 2015.

Já no setor rural, o déficit chegou a 105 bilhões de reais, apesar de a arrecadação ter sido 2,4% maior que a do ano anterior. A despesa, no entanto, cresceu 3,9%.

Para o secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, questões estruturais e conjunturais explicam o forte aumento do rombo do INSS em 2016. "Há o aspecto da demografia, já que a sociedade envelhece e isso gera cada vez mais benefícios, mas também há questões conjunturais", afirma. "Em um ano particular, você pode ter uma geração de empregos menor. Como a arrecadação previdenciária está muito relacionada à folha de pagamentos, isso afeta."

Para 2017, a Previdência prevê um déficit ainda maior, de cerca de 180 bilhões de reais. Segundo Caetano, a discussão sobre a reforma da Previdência deve se desenrolar no Congresso ao longo do ano e, mesmo que aprovada, ela deve ter pouco impacto sobre as contas de 2017.

LPF/abr/ots