Presidente Rau promete apoiar Instituto Goethe
18 de janeiro de 2002O presidente da Alemanha, Johannes Rau, apóia as exigências do Instituto Goethe-Inter Nationes por melhores condições financeiras. Durante a cerimônia de despedida do atual diretor-geral da instituição, nesta sexta-feira (18) em Munique, Rau prometeu à diretora designada, Jutta Limbach, contribuir para que "verbo e ação" estejam lado a lado, na futura política cultural externa alemã.
"Prédicas de domingo com louvor a Goethe permanecem uma farsa, se as verbas são cortadas na segunda-feira", pontificou o presidente. Suas palavras encontraram eco no discurso de despedida de Hilmar Hoffmann, que esteve à frente do Instituto Goethe durante nove anos. Ele criticou a política de redução de gastos da coalizão governamental, que resultou no fechamento de 38 filiais do instituto no estrangeiro.
Forças Armadas versus cultura –
Para Hoffmann, tal fato expressa "um déficit conceptual básico da política externa alemã". Ele considera o trabalho cultural como o melhor meio para prevenir conflitos e assegurar a paz. A verba anual, inferior a 200 milhões de euros, para os 128 Institutos Goethe em 76 países, é totalmente desproporcional aos 500 milhões de euros, investidos apenas na atual mobilização das Forças Armadas Alemãs para o Afeganistão.O diretor dá um exemplo ainda mais extremo: o aumento dos impostos sobre o tabaco e os seguros, em nome da política antiterrorismo, rendeu 1,5 bilhão de euros. Com muita sorte, o Goethe embolsará talvez três milhões de euros desse total, e seu orçamento foi reduzido em mais dois milhões este ano.
Cultura alemã no exterior –
O Instituto Goethe foi fundado em 1951. Após maciços cortes, acabou fundindo-se, em 2000, com o departamento de mídia do governo federal, a Inter Nationes. Entre as tarefas de suas filiais no mundo inteiro está o ensino da língua alemã e o apoio neste sentido às instituições de ensino locais. Além disso, 15 institutos na Alemanha transmitem conhecimentos sobre o idioma e a cultura germânica a uma média de 26 mil estudantes estrangeiros por ano. Ao todo, a organização emprega cerca de 3.100 funcionários. O Ministério do Exterior anunciou que financiará o Instituto Goethe-Inter Nationes com, pelo menos, 166 milhões de euros.