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Presidente alemão alerta contra preconceito após ataque

24 de dezembro de 2016

Em tradicional discurso de Natal, Joachim Gauck diz que atentado de Berlim deve abrir um debate sobre a segurança no país e sobre a política de refugiados. Discussão, entretanto, deve ser pautada pelo equilíbrio.

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Deutschland Weihnachtsansprache Bundespräsident Gauck
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Schreiber

O presidente alemão, Joachim Gauck, considera que o atentado de Berlim, que matou 12 pessoas, deve abrir um debate sobre a segurança no país e sobre a política de refugiados, mas sempre com equilíbrio e evitando os preconceitos.

Gauck concentrou seu tradicional discurso de Natal no ataque da segunda-feira, quando um caminhão avançou sobre um mercado de Natal em Berlim. O texto foi divulgado neste sábado (24/12), mas o discurso foi agendado para ser televisionado na noite do domingo pelas duas principais emissoras estatais alemãs.

Segundo Gauck, "deve haver um debate político sobre a política de refugiados" e sobre "se no futuro deve ser feito mais para garantir a segurança dos cidadãos". Entretanto, ele ressaltou que "precisamente em tempos de ataques terroristas não deveríamos aprofundar as diferenças na nossa sociedade ou colocar sob suspeita de forma genérica grupos inteiros ou culpar todos os políticos", afirma o chefe de Estado. "Devemos manter a cortesia e o respeito pelo debate político", continuou.

Gauck, um ex-pastor protestante de 78 anos, dedica o seu último discurso como presidente quase por completo ao atentado, assegurando que o ataque terrorista de maior envergadura no país "assustou profundamente" os cidadãos, alimentando a "raiva" e a "ira", bem como o "medo" e a "impotência", sentimentos que, segundo ele, não devem dominar as pessoas. 

 "Sentimos o medo. Mas o medo não nos domina. Sentimos a impotência, mas a impotência não nos domina. Sentimos a raiva. Mas a raiva não nos domina", afirmou, acrescentando que o ataque também incentivou a "solidariedade" no seio da sociedade alemã. Em relação ao "ódio assassino" do terrorista, os berlinenses afirmaram "sim à vida", argumentou Gauck.

MD/afp/efe