Israel "tem direito de se defender", diz presidente alemão
26 de novembro de 2023O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, chegou neste domingo (26/11) a Israel para uma visita solidária de dois dias. Ele viajou acompanhado de sua esposa, Elke Büdenbender, e da presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), Bärbel Bas, e do marido dela.
O fato de dois dos mais altos representantes do Estado alemão viajarem a Jerusalém tem a intenção de mostrar um forte sinal de solidariedade a Israel, que desde 7 de outubro está em guerra contra o grupo radical islâmico Hamas. O convite para a visita foi feito pelo presidente israelense, Isaac Herzog, de quem Steinmeier é amigo próximo.
Em uma entrevista coletiva ao lado de Herzog em Jerusalém, Steinmeier disse que Israel nunca foi tão profundamente ferido como no dia 7 de outubro e que o país está lutando "pela sua existência".
"Israel tem todo o direito de se defender e garantir a sua existência", enfatizou. “A organização terrorista Hamas nunca deve atingir o seu objetivo declarado, nomeadamente a aniquilação de Israel", acrescentou.
Antes de embarcar para Israel, o presidente alemão já havia reiterado, em uma mensagem de vídeo, o direito de Israel de se defender.
"Ninguém pode negar a Israel o direito de combater o terrorismo de forma efetiva", disse.
No vídeo, ele ponderou, porém, que é necessário proteger a população civil e respeitar o direito humanitário internacional.
"As medidas para retirar os civis da linha de fogo são essenciais. A isto soma-se a necessidade de fornecimento de bens básicos. Isto é algo que o direito humanitário internacional exige e que nós, na Alemanha, também esperamos", declarou.
Na mensagem, Steinmeier destacou que sua visita tem como objetivo demonstrar a solidariedade da Alemanha com Israel.
"Não apenas solidariedade com Israel como vítima do terrorismo, mas também com Israel que se defende", sustentou.
Ajuda humanitária
O presidente sublinhou que a Alemanha fornece ajuda humanitária a Gaza e que, durante a sua visita, quer conversar com as autoridades israelenses sobre formas de fazer com que ela chegue até a região durante o cessar-fogo temporário em vigor.
"Para nós não há discussão: cada vida vale o mesmo que outra. Do ponto de vista humanitário não fazemos distinções. A nossa solidariedade é com todas as vítimas desta guerra", declarou.
"Mas, politicamente, devemos diferenciar, uma vez que o terror de que Israel foi vítima em 07 de outubro não pode se repetir", acrescentou.
Steinmeier advertiu que a atual pausa nos combates não traz automaticamente a paz e que esta não pode ser duradoura enquanto o Hamas for uma ameaça para Israel.
"Só há uma saída com uma política baseada em dois princípios: mais segurança para Israel e, ao mesmo tempo, perspectivas futuras para os palestinos", disse.
Steinmeier voltou a defender uma futura solução de dois Estados, na qual israelenses e palestinos viveriam pacificamente lado a lado, e criticou as oportunidades perdidas de ter colocado isso em prática.
le (EFE, Lusa, ots)