População marinha caiu pela metade desde 1970, alerta WWF
16 de setembro de 2015A WWF advertiu, em seu Relatório Planeta Vivo, que a pesca excessiva, a poluição e as alterações climáticas reduziram o tamanho de populações de animais marinhos de forma significativa entre 1970 e 2010.
Numa família de peixes, que inclui atum e cavala, foi verificado um declínio de 74%, por exemplo. A WWF apontou práticas de pesca insustentáveis como responsáveis em grande parte pelo problema.
"No espaço de uma única geração, a atividade humana afetou gravemente o oceano, ao se pescar numa velocidade maior do que os peixes conseguem se reproduzir, ao mesmo tempo em que seus viveiros foram destruídos", diz Marco Lambertini, chefe da WWF International.
"A imagem agora é mais clara do que nunca: a humanidade está deixando o oceano à beira de um colapso", diz Lambertini. "Considerando o papel vital do oceano nas nossas economias e sua contribuição essencial para a segurança alimentar — particularmente para as comunidades pobres do litoral –, isso é simplesmente inaceitável."
A WWF analisou 5.829 populações de 1.234 espécies – quase o dobro que em seus estudos anteriores – para dar "uma imagem mais clara, mais preocupante da saúde do oceano".
Sustentabilidade
O grupo destacou tubarões e raias, pepinos do mar e tartarugas marinhas — os quais têm sofrido reduções polacionais drásticas — como indicadores dos atuais níveis de estresse da biodiversidade.
Sem minimizar a gravidade da crise, a WWF ressaltou que o mar é um recurso renovável e que a vida marinha pode ser restaurada se o homem viver dentro de "limites sustentáveis".
Entre as soluções que a WWF recomendou para reverter a tendência estão a "pesca inteligente", que eliminaria o desperdício, uma operação contra a pesca não regulamentada e a proteção dos ambientes marinhos.
O relatório apontou um forte declínio em recifes de corais, mangues e ervas marinhas que dão suporte a espécies de peixes. Um relatório anterior do grupo mostrou que metade de todos os corais havia desaparecido e que eles poderiam sumir por completo até 2050 se as temperaturas continuarem a subir.