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CriminalidadeAlemanha

Polícia alemã mira suspeitos de crimes de ódio na internet

20 de junho de 2022

Oficiais fizeram buscas nas casas de 75 suspeitos de terem comemorado a morte de dois policiais em serviço e desdenhado das vítimas. Maioria das mensagens de ódio havia sido postada no Facebook.

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Faixa branca e vermelha impede a passagem. No fundo, uma viatura da polícia e um agente
Em janeiro, dois policiais foram mortos em uma fiscalização de trânsito de rotinaFoto: Sebastian Gollnow/dpa

A polícia alemã fez nesta segunda-feira (20/06) buscas nas casas de 75 suspeitos de 15 estados em uma operação contra o discurso de ódio na internet. O caso envolve comentários postados na internet que comemoraram o assassinato de dois policiais em serviço, no final de janeiro, e desdenharam das vítimas.

As buscas foram coordenadas pela agência estadual de investigações criminais da Renânia-Palatinado. "O ódio e a campanha de difamação não têm lugar na nossa sociedade", disse o secretário do Interior da Renânia-Palatinado, Roger Lewentz. "Reagimos com toda a clareza, no mundo real e no virtual."

De acordo com Lewentz, 150 suspeitos estão sendo investigados em 172 casos de declarações com relevância criminal, em delitos como perturbar a paz pública ao tolerar crimes e insultar ou denegrir a memória dos falecidos. 

"Quando palavras são usadas como armas, é necessário uma ação consistente do governo", destacou Lewentz. Durante as buscas, foram apreendidos 180 aparelhos como smartphones, notebooks e outros dispositivos digitais.

Os dois policiais foram mortos a tiros durante uma fiscalização de trânsito de rotina, em uma estrada no distrito de Kusel, a cerca de 150 quilômetros de Frankfurt. O crime provocou indignação nacional.

O julgamento do suposto autor dos disparos, acusado de homicídio, começa nesta terça-feira no tribunal distrital de Kaiserslautern. O homem de 39 anos teria matado a dupla de policiais, um homem de 24 anos e uma mulher de 29 anos, para que eles não descobrissem em seu carro provas da caça ilegal de animais.

Maioria dos suspeitos são homens

Entre os suspeitos de cometerem os crimes de ódio estão pessoas de 13 a 67 anos, dos quais 90% são do sexo masculino. A maioria dos discursos de ódio foi registrada no Facebook, seguido de TikTok, YouTube, Twitter, Instagram e Telegram. 

As autoridades, que também acompanham as "curtidas" em mensagens de discurso de ódio, esperam que a investigação também previna novos crimes desse tipo.

Nas primeiras três semanas após os assassinatos, a equipe de investigação reuniu mais de 1,6 mil indícios de ódio e discurso de difamação na internet em relação ao caso. De acordo com as autoridades, 509 desses casos eram criminalmente relevantes.

Não foi a primeira ação tomada pelas autoridades investigativas contra autores de mensagens de ódio sobre os assassinatos em Kusel. No início de maio, o Ministério Público de Koblenz denunciou um homem de 55 anos que, logo após o duplo assassinato, teria pedido em vídeos na internet a morte de mais policiais. Segundo os investigadores, ele é um defensor do movimento extremista "Reichsbürger" (cidadãos do Reich), que não reconhece a autoridade do atual Estado alemão, e de teorias da conspiração.

le/bl (DPA, AFP)